Primeira-ministra britânica renuncia ao cargo

Liz Truss anunciou a sua renúncia nesta quinta-feira (20), em meio a uma crise política no país. Liz é líder do Partido Conservador do Reino Unido e estava apenas há seis semanas no cargo.

Truss disse que uma votação para substituí-la será realizada ”até a próxima semana”. Ela ficou no cargo por 45 dias. Em coletiva de imprensa, Truss disse que aceitou o desafio em um momento de “grande instabilidade econômica e internacional” e anunciou sua renúncia ao cargo.

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Mais cedo, a primeira-ministra reconheceu que seu governo teve um “dia difícil”, na quarta-feira, mas pediu foco nas prioridades, segundo seu porta-voz.

“A primeira-ministra reconhece que ontem foi um dia difícil”, disse seu porta-voz, depois que a chefe do Executivo enfrentou piadas da oposição, a rebelião entre os deputados conservadores e a renúncia de sua ministra do Interior.

Substituto

O novo primeiro-ministro britânico será nomeado até sexta-feira, 28 de outubro, pelo Partido Conservador no poder, anunciou o parlamentar Graham Brady, após a renúncia de Liz Truss.

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“Será possível (…) concluir uma eleição até sexta-feira, 28 de outubro”, disse Brady a repórteres. É um prazo curto em relação ao que levou à confirmação de Truss no cargo, após a saída de Boris Johnson. Os 170 mil membros do partido no poder demoraram dois meses para anunciar a escolha.

Em meio à crise econômica do custo de vida, com milhões de britânicos sofrendo com a inflação, o Partido Conservador se vê agora às voltas com a eleição interna para encontrar um novo líder – o quinto em seis anos.

Há dias circulam vários nomes para a sucessão de Liz Truss, como os de Rishi Sunak, Jeremy Hunt, Penny Mordaunt – a ministra responsável pelas relações com o Parlamento – ou, ainda, o seu antecessor Boris Johnson.

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Rejeição

Rejeitada pela opinião pública e questionada dentro de seu próprio partido, a líder conservadora de 47 anos estava na corda bamba apenas seis semanas depois de assumir o cargo.

Sua popularidade despencou em parte devido ao abandono de seu pacote de medidas econômicas, que incluía cortes maciços de impostos e grande apoio ao pagamento das contas de energia, duas questões que levantaram temores de um colapso nas contas públicas.

Além disso, desde quarta-feira, mais de uma dezena de deputados conservadores pediam que ela renunciasse. As últimas horas foram um verdadeiro “caos”, segundo a imprensa britânica.

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Truss sofreu um grande revés com a renúncia de sua ministra do Interior, Suella Bravermam, após uma agitada sessão no Parlamento.

A minsitra do Interior alegou como motivo da sua demissão ter usado a sua conta de e-mail pessoal para enviar um documento oficial a um colega, mas os meios de comunicação britânicos apontam principalmente para as diferenças entre as duas mulheres em relação à política de imigração.

A renúncia de Braverman aconteceu poucos dias após a demissão do então ministro das Finanças Kwasi Kwarteng, em 14 de outubro.

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Sucessão da premiê britânica terá no máximo três candidatos

No máximo três deputados conservadores poderão se candidatar, oficialmente, à sucessão de Liz Truss no cargo de primeira-ministra britânica, em disputa a ser decidida pelos deputados e, possivelmente, pelos membros partidários, conforme as regras apresentadas nesta quinta-feira (20) pelo Partido Conservador.

“Os candidatos precisarão ter pelo menos 100 colegas (de 357 parlamentares conservadores) para patrociná-los”, declarou o presidente do Comitê 1922, Graham Brady, à imprensa, acrescentando que esses “patrocínios” devem ser coletados até segunda-feira, 14h locais (10h em Brasília), para seleção até a sexta-feira seguinte.

(Em atualização)

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