O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, nomeou nesta sexta-feira (11) um conselheiro especial independente para investigar o filho do presidente Joe Biden, Hunter, em meio a acusações de que ele se envolveu em negócios ilícitos no exterior.
O escolhido é David Weiss, que já estava investigando Hunter Biden por fraude fiscal e posse ilegal de arma, em um caso que continua em aberto. Garland não especificou sobre o que Weiss investigará como procurador especial.
Na terça-feira, Weiss informou ao secretário de Justiça que acreditava ter chegado a um ponto em sua investigação que exigia que fosse nomeado procurador especial.
Hunter Biden, de 53 anos, também está sob investigação no Congresso – cuja Câmara dos Representantes é controlada pelos republicanos – por negócios que realizou na China, Ucrânia e outros lugares durante e após o mandato de seu pai como vice-presidente dos Estados Unidos (2009-2017).
Os republicanos acusam Joe Biden de ter usado sua posição política para ajudar o filho, uma afirmação que o presidente nega.
A nomeação ocorre em um momento em que Joe Biden é candidato à reeleição nas eleições de 2024, nas quais poderá ter como rival o ex-presidente republicano Donald Trump, alvo de várias acusações criminais, uma delas sob responsabilidade de outro procurador especial designado pelo Departamento de Justiça, Jack Smith.
Para Garland, a promoção de Weiss “reforça” a independência de sua investigação.
Hunter havia chegado a um acordo de culpa com Weiss pelas acusações de posse de arma e evasão fiscal, mas no mês passado a juíza não aceitou os termos do acordo, que acabou desfeito. Com isso, o filho do presidente se declarou inocente.
Esperava-se que as duas partes chegassem a um novo acordo, mas, em um parecer divulgado nesta sexta-feira, Weiss afirmou que as negociações estão paralisadas e retirou a oferta de acordo de admissão de culpa.
Além disso, ele alertou que as acusações fiscais podem ser ampliadas para outros lugares.
A Casa Branca não comentou a nomeação de Weiss.
Em uma mensagem nas redes sociais, um porta-voz de Trump afirmou que a família Biden tem sido “protegida pelo Departamento de Justiça por décadas”.
“Há evidências avassaladoras e testemunhos confiáveis que detalham seu crime de mentir para o povo americano e vender o país para inimigos estrangeiros em benefício financeiro do cartel Biden”, disse o porta-voz, sem apresentar provas.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Kevin McCarthy, afirmou que a investigação do Congresso sobre Hunter Biden continuará.
A decisão do Departamento de Justiça “não pode ser usada para obstruir as investigações do Congresso ou encobrir a corrupção da família Biden”, disse nas redes sociais.
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