A líder da Comissão Europeia Von der Leyen disse, em seu discurso, que “além da crise imediata, devemos pensar no futuro. O modelo atual do mercado de eletricidade não faz mais justiça aos consumidores, que deveriam aproveitar os benefícios das energias renováveis de baixo custo”.
PUBLICIDADE
Os ministros europeus da Energia vão se reunir em 30 de setembro para examinar o plano de emergência proposto pela Comissão Europeia, mas algumas ideias apresentadas já dividem os países do bloco por suas diferentes situações energéticas.
Teto de lucros
A presidente da Comissão defendeu enfaticamente a adoção de um teto para os enormes lucros registrados pelos geradores de energia de baixo custo. Essas empresas, segundo Von der Leyen, estão obtendo lucros com os quais nunca sonharam.
De acordo com a presidente da Comissão Europeia, a medida vai permitir a arrecadação de quase 140 bilhões de euros, que poderão ser utilizados para a redistribuição a residências e empresas vulneráveis.
PUBLICIDADE
Para ela, “em nossa economia social de mercado, os lucros são bons. Mas neste momento é equivocado ter lucros extraordinários beneficiados pela guerra (…) Neste momento, os benefícios devem ser distribuídos e canalizados para aqueles que mais precisam”.
Apoio à Ucrânia
A chefa da Comissão Europeia teve como convidada especial a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, e homenageou a resistência do país contra a ofensiva iniciada pela Rússia. Ela afirmou que a solidariedade da Europa com a Ucrânia permanecerá “inabalável” e disse que as sanções contra os russos “vieram para ficar”.
“Estou aqui, diante de vocês, com a convicção de que, graças a nossa coragem e nossa solidariedade, [o presidente russo, Vladimir] Putin fracassará e a Europa vencerá”, disse Von der Leyen. Durante o discurso, Von der Leyen anunciou que visitará Kiev, capital da Ucrânia, ainda nesta quarta-feira (14), na qual pretende discutir com o presidente Volodymyr Zelensky a continuidade da ajuda europeia à Ucrânia.
PUBLICIDADE
Anteriormente, a pedido de ministros europeus da Energia, a Comissão já havia sugerido outras vias concretas para conter a crise. Dentre elas, a adoção de um teto para os preços do gás importado, apesar das divergências entre os países do bloco quanto à eficácia e alcance da medida.
Outras propostas da Comissão
Von der Leyen também anunciou:
- A criação de um banco público dedicado ao hidrogênio, com investimentos de quase 3 bilhões de euros.
- Uma iniciativa para acumular reservas estratégicas para evitar interrupções no fornecimento de matérias-primas essenciais à indústrias do bloco europeu, em particular terras-raras e lítio.
França 🇫🇷
Durante a reunião, a primeira-ministra de França, Elisabeth Borne, anunciou que o governo francês vai limitar o aumento previsível dos preços do gás natural e da eletricidade a um máximo de 15% a partir de 2023, com limites que serão aplicados aos consumidores domésticos e pequenas empresas.
Dinamarca 🇩🇰
A Dinamarca apresentou seu próprio plano no valor equivalente a 6 bilhões de euros para limitar as contas de gás, eletricidade e aquecimento para ajudar as famílias após um aumento de cinco vezes do preço da energia.
PUBLICIDADE
Com AFP