Putin se diz disposto a dialogar com quem ‘deseja a paz’

O presidente russo Vladimir Putin disse, neste sábado (17), que está disposto a realizar "um diálogo construtivo com quem deseja a paz", e destacou a postura "equilibrada" dos países africanos que buscam mediar o conflito entre Rússia e Ucrânia.

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Agence France-Presse

“Acolhemos com satisfação o enfoque equilibrado de nossos amigos africanos sobre a crise ucraniana”, disse Putin ao receber a delegação do continente mãe em São Petersburgo, no noroeste da Rússia.

“Estamos abertos ao diálogo com quem deseja a paz baseada nos princípios de justiça e de respeito aos interesses legítimos das partes”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que lidera a tentativa de mediação africana, disse que a “guerra deve terminar” na Ucrânia.

“Esta guerra deve terminar […] deve ser solucionada mediante negociações e meios diplomáticos”, afirmou Ramaphosa em São Petersburgo.

“O conflito tem um impacto negativo no continente africano e, certamente, em muitos outros países em todo o mundo”, acrescentou.

A delegação, integrada por sete países africanos, “veio com uma mensagem clara: esta guerra deve acabar”, insistiu Ramaphosa.

Na sexta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, descartou a tentativa de mediação africana e destacou a prioridade da contraofensiva lançada por seu país para recuperar os territórios dos quais a Rússia se apoderou desde o início da operação militar em fevereiro de 2022.

“Autorizar qualquer tipo de negociação com a Rússia, quando o ocupante está em nossa terra, equivaleria a congelar a guerra, congelar a dor e o sofrimento” e seria um “erro” que pode favorecer Moscou, declarou.

A missão de mediação é formada por Ramaphosa e pelos presidentes de Senegal, Macky Sall; Zâmbia, Hakainde Hichilema, e Comores, Azali Assoumani. Também conta com altos representantes congoleses, ugandeses e egípcios.

Putin insistiu em que o seu país “respeita muito a posição dos Estados africanos a favor da manutenção da estabilidade” e ressaltou que apoiava “sua aspiração a uma política pacifista”.

Também disse “apreciar” o interesse da delegação africana para encontrar soluções para o conflito e destacou que “o fortalecimento dos laços com os países do continente africano é uma prioridade da política externa da Rússia”.

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