O grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) começa uma nova reunião de cúpula nesta terça-feira (22), desta vez em Johannesburgo, que tem como um dos principais temas de discussão sua ampliação, com a inclusão de outras potências emergentes ou países de outro tipo.
Os cinco países dos BRICS representam hoje 23% do PIB mundial, 42% da população e mais de 16% do comércio global. Mais de 20 países já apresentaram uma demanda formal para ingressar no bloco, incluindo Argélia, Argentina, Bangladesh, Cuba, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Vietnã. Outros, como México, Paquistão e Turquia, manifestaram interesse, embora sem formalizá-lo.
Brasil, Rússia, China e Índia fundaram este bloco em 2009. A África do Sul se juntou ao grupo um ano depois.
A África do Sul trabalha em uma lista de “diretrizes” para a entrada de novos membros.
Dada a diversidade geográfica, econômica e política dos candidatos, “é difícil ver quais seriam os critérios para uma possível expansão”, disse à AFP John Stremlau, especialista em Relações Internacionais da Universidade de Witwatersrand, em Joannesburgo.
A chegada de novos países pode alterar o equilíbrio geopolítico do bloco, segundo analistas.
Apesar da disparidade geográfica de seus membros, eles convergem na reivindicação de um equilíbrio político e econômico mundial, mais inclusivo, particularmente em relação aos Estados Unidos e à União Europeia.
Entre os novos candidatos, há países historicamente não alinhados, como Indonésia e Etiópia, mas também outros com uma relação mais hostil com os Estados Unidos, como Irã e Venezuela.
“Se o Irã se juntar ao Brics”, ou a Arábia Saudita, “isso mudará, obviamente, a dimensão política do grupo”, diz Cobus Van Staden, pesquisador sul-africano especializado nas relações China-África.
Criado em 2015 pelos BRICS para ser uma alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) já acolheu Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos como novos membros. O Uruguai deve se juntar em breve.
No entanto, “se o grupo quiser continuar sendo o grupo das ‘grandes economias emergentes’, seria lógico que os países do Sul que fazem parte do G20 ingressassem no bloco”, diz Stremlau, referindo-se à Arábia Saudita, ou à Indonésia.
A Argentina também atenderia a esse perfil.
Segundo o analista, “será necessário muito tempo e muita prática de uma dura disciplina como a diplomacia” para competir com o G20, ou o G7.
Antes de discutir as condições de entrada, os países dos BRICS devem chegar a um acordo sobre a conveniência de expandir o bloco. A questão da expansão divide, sobretudo, Índia e China, as duas economias mais fortes entre seus cinco membros.
Pequim quer ampliar sua influência, enquanto Nova Delhi desconfia das ambições de seu rival regional. Rússia e África do Sul também apostam na ampliação, enquanto a posição do Brasil é mais ambígua.
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