Com dificuldades nas pesquisas a um ano das próximas eleições legislativas, o primeiro-ministro britânico, o conservador Rishi Sunak, priorizou “parar as embarcações” que atravessam o Canal da Mancha ilegalmente e vem aumentando suas iniciativas nesse sentido nos últimos dias.
PUBLICIDADE
Uma delas consiste em instalar os solicitantes de asilo em barcas atracadas nos portos. O objetivo é economizar recursos na recepção dos migrantes, como os gastos com hospedagem, ao mesmo tempo em que se tenta dissuadi-los de pedir asilo.
Um primeiro grupo foi instalado hoje na “Bibby Stockholm”, uma barcaça de 93 metros de comprimento e 27 metros de largura, ancorada no porto de Portland. A embarcação foi modificada para instalar 222 cabines e receber até 500 migrantes.
Um fotógrafo da AFP viu homens embarcarem carregando sacolas grandes.
PUBLICIDADE
Os primeiros migrantes deveriam chegar na semana passada, mas sua instalação foi adiada à espera das inspeções por parte dos bombeiros para descartar riscos de incêndio.
Em Portland, o projeto causou polêmica e irritou moradores que temem por sua segurança. Outros denunciam que se trata de uma “prisão flutuante” ao lado dessa localidade de 13 mil habitantes.
O porto de Portland foi o único a aceitar a instalação dessas barcas, e outros projetos foram cancelados por falta de portos de atracação.
PUBLICIDADE
Nesta segunda, a ONG de defesa de migrantes Care4Calais denunciou um sistema “cruel” e “desumano”, ressaltando que alguns requerentes de asilo “sobreviveram à tortura e à escravidão moderna e tiveram experiências traumáticas no mar”.
O sistema de asilo do Reino Unido está sobrecarregado com pedidos de asilo, e mais de 130.000 casos ainda estão sendo avaliados. Alguns remontam a até seis meses, de acordo com dados do governo.
Mais de 45.000 migrantes tentaram cruzar o canal em 2022 e, desde o início deste anos, esse número chega a 15.000. Quem atravessa não tem direito a pedir asilo, de acordo com uma nova lei que entrou em vigor em julho.
PUBLICIDADE
A lei prevê que os migrantes sejam deportados para países terceiros, como Ruanda, medida que está, atualmente, bloqueada pelos tribunais.
Leia também: