Respirar para não pirar! Prática lenta e profunda ajuda a combater estresse e ansiedade

Um novo estudo da Universidade de Standford mostrou que a respiração feita de forma lenta e profunda por apenas 5 minutos diários já melhora o humor, reduz a ansiedade, combatendo as sensações de estresse por exemplo. A técnica é até mais efetiva do que a 'observação da respiração' proposta na meditação mindfulness (atenção plena), segundo os pesquisadores. 

Publicado por
Marcela Guimarães

O objetivo dos autores era comparar o que acontece na meditação, quando a pessoa foca a atenção exclusivamente na respiração tentando esvaziar a mente, com o que ocorre durante os exercícios em que a pessoa controla ativamente a inspiração e a expiração.

Imagem: Unsplash

São eles:

  • Cinco minutos de exercício com longas expirações e inspirações mais curtas;
  • Cinco minutos com a mesma duração entre inspirações e expirações;
  • E, por último, um terceiro exercício com expirações mais rápidas do que inspirações, também por cinco minutos.

Quatro grupos de voluntários se dedicaram a uma dessas práticas todos os dias, durante quatro semanas.

Embora todos tenham relatado ganhos no bem-estar, a técnica em que a expiração é mais lenta, com o dobro do tempo da inspiração, foi a mais eficaz de todas na autorregulação corporal e na melhora do humor. 

Em busca do equilíbrio entre mente e corpo

Há séculos, diferentes culturas usam as práticas de mente-corpo para melhorar o estado emocional.

Respirar lenta e profundamente se mostrou mais eficaz para controlar o estado emocional. Imagem: Unsplash

“Exercícios de respiração lenta e profunda, especialmente os que ampliam a expiração, são descritos em textos antigos de ioga como meio para se alcançar um estado mental mais calmo”, diz Maria Ester Azevedo Massola, coordenadora da Equipe de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein.

Esses exercícios modulam o sistema nervoso autônomo, estimulam a resposta de relaxamento, reduzem a pressão arterial, a frequência cardíaca e a tensão muscular, além de promover a liberação de opioides endógenos.

“Também trazem benefícios para a função imunológica, saúde mental e cardiopulmonar”, completa Massola. 

Segundo os autores do estudo da Universidade de Standford, controlar a respiração voluntariamente também favorece a percepção das sensações internas do corpo, a chamada interocepção. 

“Isso ajuda a modular o estresse porque ao percebermos mais rapidamente como nossa fisiologia está sendo alterada por meio da respiração controlada, podemos promover a autorregulação corporal, proporcionando maior senso de controle e bem-estar”, explica a especialista.

Em outros estudos, a sensação de falta de controle tem sido associada à ansiedade e à síndrome do pânico.

Bora colocar na rotina?

“Esse tipo de exercício pode ser facilmente aprendido e incorporado na rotina de autocuidado, ampliando o bem-estar físico e mental, além de trazer benefícios a longo prazo como uma ferramenta para melhorar o manejo do estresse e da ansiedade”, diz Massola. 

“Feito de modo confortável, não há contraindicação. Na Onco-hematologia do Hospital Albert Einstein ensinamos essa respiração para pacientes de todas as idades. Além disso, como mostra o estudo, apenas cinco minutos diários já trazem muitos benefícios, não podemos mais usar a velha desculpa ‘não tenho tempo’.”

Pare, respire e retome…. mantra! Imagem: Unsplash

Em relação à meditação, pessoas com transtornos de saúde mental que não estejam controlados devem procurar acompanhamento médico e um professor habilitado antes de começar a prática. 

Como usar a respiração para acalmar o corpo e a mente:

  • Procure ficar numa postura confortável, sentado ou deitado;
  • Comece a inspirar de forma mais profunda, contando 2 ou 3 segundos;
  • Procure expirar o ar mais lentamente, no dobro desse tempo: 4 ou 6 segundos;
  • A execução deve ser suave e agradável, não pode haver desconforto;
  • À medida que a prática for entrando na rotina, pode-se ampliar essa contagem, sempre procurando manter a proporção entre a inspiração e a expiração de 1:2

(Fonte: Agência Einstein/ Gabriela Cupani)

Veja também:

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Marcela Guimarães

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