Não tem como negar: a Shein faz o maior sucesso. A fast fashion chinesa foi fundada em 2008 e é conhecida por oferecer roupas com tendências que estão em alta a preços convidativos. Neste sábado (12), a gigante do varejo inaugurou uma loja em formato pop-up - ou seja, uma loja temporária - em São Paulo. Apesar do hype e das comemorações em torno da novidade em solo brasileiro, a inauguração reacende o debate sobre as polêmicas que envolvem a Shein. Os trabalhadores são explorados? Existe uma preocupação com a sustentabilidade na produção? O Curto desenrola os principais pontos envolvendo a marca.
Serão apenas cinco dias no Shopping Vila Olímpia – mas será o suficiente para movimentar uma legião de fissurados pela Shein. As vendas, que ocorrem somente via aplicativo ou site, poderão ser realizadas no local. Segundo a marca, cerca de 11 mil peças serão comercializadas em São Paulo.
Mas essa não é a primeira vez que a Shein desembarca no país. Em março deste ano, outra loja no formato pop-up foi aberta no Village Mall, no Rio de Janeiro. No entanto, não houve venda física.
Não faltam relatos e acusações de que a empresa explora seus trabalhadores. Uma nova investigação da emissora britânica Channel 4 revela que, ao enviar uma repórter disfarçada para filmar dentro de duas fábricas, foi constatado que funcionários estariam em condições de trabalho exploratórias.
A carga horária de trabalho poderia alcançar até 18 horas por dia, com uma única folga por mês. Além disso, esses trabalhadores estariam recebendo menos de 1 centavo por peça, tendo que produzir mais de 500 peças de roupa por dia.
Outra polêmica que envolve a Shein são as práticas antiambientais da empresa – ainda mais em uma fast fashion que produz milhares de peças de roupa por dia, em um setor amplamente conhecido pelo impacto no meio ambiente.
No final de 2021, a fast fashion contratou um diretor de ESG – sigla em inglês para Governança Ambiental, Social e Corporativa.
“Vemos marcas de fast fashion passarem por essa evolução de crescimento hiper acelerado usando práticas trabalhistas exploradoras e sem padrões ambientais e, quando crescem o suficiente, constroem um departamento de sustentabilidade. É greenwashing e box-ticking”, disse Elizabeth Cline, consultora de moda sustentável, ao portal The Business of Fashion.
Greenwashing é a apropriação de virtudes ambientalistas por parte de organizações ou pessoas, mediante o uso de marketing e relações públicas. A prática tem como objetivo criar uma imagem positiva acerca do grau de responsabilidade ambiental, desviando a atenção dos impactos ambientais negativos.
A Shein já foi acusada diversas vezes de copiar peças de roupas de marcas pelo mundo inteiro. A influenciadora digital Jade Picon denunciou um suposto plágio de peças de sua marca de roupas, a JADE². O caso ocorreu em janeiro de 2021 e, à época, a Shein pediu desculpas pelo inconveniente e relatou ter removido as peças do site.
No TikTok, a hashtag #SheinStoleMyDesign compila relatos de designers que tiveram suas peças plagiadas pela fast fashion; já são quase 10 milhões de visualizações nos conteúdos publicados com a tag.
Em um dos mais populares, a artista Devin mostra um casaco de moletom personalizado que criou – e que foi reproduzido e vendido no site da Shein. “Nós contatamos eles por e-mail ontem a noite, e quando eu chequei esta manhã, não conseguia encontrar o design no site. Não sei se eles derrubaram tão rapidamente (porque sabem que foi copiado) ou se eles mudaram as palavras-chave que descrevem o produto”, explica no vídeo, que foi publicado em janeiro deste ano e acumula mais de 155 mil curtidas na rede social.
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