o menos 31 pessoas morreram no Rio Grande do Sul, na passagem de um ciclone devastador, segundo um novo balanço divulgado nesta quarta-feira (6) pelas autoridades, que se preparam para novas chuvas torrenciais.
Chuvas intensas e ventos fortes causaram destruição e deixaram localidades submersas, enquanto dezenas de socorristas tentavam chegar a áreas ilhadas, onde ainda havia milhares de pessoas isoladas.
Este é o mais recente de uma série de desastres climáticos que se sucederam nos últimos meses no Brasil, e o mais mortal do Rio Grande do Sul.
“Infelizmente, acabo de receber a confirmação de mais quatro óbitos”, elevando o total de vítimas fatais a 31, disse o governador Eduardo Leite, que descreveu “um evento absolutamente fora do comum”.
Anteriormente, o governo havia reportado seis mortes em relação ao balanço de 21 mortos de terça-feira.
As chuvas intensas e os ventos fortes afetaram no total 70 municípios e mais de 52.000 pessoas. As autoridades também informaram que mais de 5.300 pessoas tiveram que deixar suas casas.
As autoridades afirmam ter conseguido resgatar milhares de pessoas, mas continuavam os esforços em uma corrida contra o tempo, com aeronaves e barcos, para chegar às regiões mais afastadas.
Ainda segundo o governador, ainda há muitas famílias sobre os telhados das casas.
Leite se disse especialmente preocupado porque a previsão do tempo para o fim do dia e amanhã é de volta das chuvas, com risco de novas inundações. “O solo já está encharcado e os rios estão cheios”, disse.
Leite sobrevoou com uma comitiva do governo federal as áreas castigadas desde a madrugada de segunda-feira.
“Encontramos um cenário triste e desolador”, relatou na rede social X (antigo Twitter) Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que acompanhou os sobrevoos.
A cidade de Muçum, onde foram localizados 15 mortos, ficou parcialmente submersa.
Segundo a imprensa local, a situação de emergência em Muçum e na cidade vizinha de Roca Sales obrigou as autoridades a recorrer a um caminhão frigorífico para transportar os corpos das vítimas.
“Ontem a água começou a baixar no final do dia. É uma coisa que assusta. Destruiu tudo. Roca Sales, hoje, não tem mais nada”, disse o prefeito da cidade, Amilton Fontana, citado pelo site A Hora.
Entre os mortos pelo ciclone está uma mulher de 50 anos, que perdeu a vida na localidade de Lajeado ao cair em um rio depois que o cabo com o qual um socorrista tentava resgatá-la se rompeu.
Em Passo Fundo, um homem morreu eletrocutado e em Ibiraiaras, um casal morreu quando seu carro foi arrastado pela enxurrada enquanto atravessava uma ponte.
O Brasil sofre com fenômenos climáticos extremos frequentes, e os cientistas apontam para um vínculo com os efeitos das mudanças climáticas.
Em junho, um ciclone deixou pelo menos 13 mortos também no Rio Grande do Sul, enquanto milhares de pessoas foram evacuadas ou perderam suas casas.
Em fevereiro passado, 65 pessoas morreram em deslizamentos provocados por chuvas recorde registadas em São Sebastião, destino turístico praiano a 200 km da cidade de São Paulo.
Nessa ocasião, mais de 600 mm de chuvas caíram em 24 horas, mais que o dobro esperado para o mês.
Os especialistas também atribuem os efeitos devastadores à urbanização descontrolada.
Dos 203 milhões de habitantes do país, cerca de 9,5 milhões vivem em áreas de risco para deslizamentos ou enchentes.
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Este post foi modificado pela última vez em 6 de setembro de 2023 15:34
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