O Ministério da Educação finalizou uma portaria para suspender o novo ensino médio. Saiba mais sobre o documento que deve ser assinado pelo ministro Camilo Santana nos próximos dias!
*Esta reportagem foi atualizada às 19h15
Após uma reunião com o presidente Lula (PT), o ministro Camilo Santana, confirmou o cronograma de implementação do novo ensino médio foi suspenso, assim como as mudanças no Enem. Segundo o ministro, haverá ajustes no modelo, mas não há planos para a revogação.
Portanto, o novo Ensino Médio não está está revogado, como querem movimentos estudantis contrários a reforma, que pedem o retorno do modelo de 13 disciplinas tradicionais. Em relação a isso nada muda nas escolas, ao menos por enquanto.
Em 2016, o governo de Michel Temer assinou uma medida provisória que transformou-se na Lei 13.415/2017, alterando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e criando uma nova “arquitetura” para o currículo do Ensino Médio
Na reforma, a carga horária foi aumentada, deu possibilidade para formação técnica e profissional e permitiu disciplinas optativas em todas as escolas do Brasil.
O modelo seria obrigatório para escolas públicas e particulares. As disciplinas começaram a ser agrupadas em áreas de conhecimento, como linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.
Além disso, a lei prevê o aumento das horas em sala de aula. Antes, os estudantes tinham 2.400 horas-aulas durante o ensino médio, no Novo Ensino Médio a carga chegaria a 3.000 horas-aulas.
Uma chuva de insatisfações, de estudantes e professores da redes pública. Neste ano, mais estudantes passaram a seguir a regra do Novo Ensino Médio, e então o modelo passou a ser mais criticado pelas entidades estudantis.
Os pontos mais contestados são a redução de carga horária para as matérias tradicionais e também a maior desigualdade entre escolas públicas e particulares.
Alguns especialistas e ONGs que atuam na causa da educação têm se posicionado de maneira diferente: o que começou a vigorar apresenta equívocos e está longe de ser o ideal, mas não é possível retroceder e paralisar toda a reforma feita, como pontua a e presidente-executiva do movimento Todos Pela Educação, Priscila Cruz.
Em um artigo publicado no site Poder 360, Priscila Cruz enfatiza que é preciso olhar a questão complexa de maneira apropriada, longe das paixões ideológicas:
“Sabemos e nos preocupamos sobremaneira com os problemas vistos em diversas escolas públicas brasileiras, derivados do início do chamado Novo Ensino Médio e que, em boa parte, se dão por equívocos no desenho da reforma (não apenas erros de implementação). Eles não só aparecem em estudos e pesquisas, mas também no diálogo frequente que fazemos com profissionais da educação de todo o país. Por outro lado, também entendemos que há elementos muito importantes na essência do novo modelo que precisam ser preservados para a etapa avançar. Voltar à estaca zero seria um prejuízo imenso.”
O mestre em Gestão e Políticas Públicas pela FGV-SP, autor do livro “Pontos Fora da Curva”, Olavo Nogueira Filho, também tem se posicionado sobre o assunto. Hoje ele retuitou uma coluna do Ex-Secretário Municipal de Educação de SP, Alexandre Schneider, publicada na Folha de S.Paulo, sobre a posição do MEC nessa discussão.
O governo brasileiro convocou uma consulta pública para ouvir a sociedade, instituições, especialistas em audiências públicas por todo país, oficinas de trabalho, seminários e pesquisas nacionais.
Curto Curadoria:
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