Acompanhe a linha do tempo sobre as tensões geopolíticas que envolvem China, Estados Unidos e Taiwan.
Desde que surgiram especulações de que Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Estados Unidos, visitaria Taiwan durante sua turnê pela Ásia, o governo chinês se opôs à entrada da líder na ilha autogovernada. Pequim controla, em parte, o território taiwanês e, apesar de os EUA reconhecerem formalmente a política de que há somente “Uma China”, o risco de uma separação ou invasão inimiga tem ressuscitado antigas preocupações (BBC). O presidente Xi Jinping deu repetidas declarações assertivas em direção à Pelosi, ameaçando que os EUA “pagaria o preço” caso Pelosi insistisse viajar até a ilha.
O Comando Oriental chinês afirmou que fará novas atividades com foco em operações de assalto marítimo em Taiwan. A manutenção dos exercícios militares foi repudiada pelo Ministério de Relações Internacionais da ilha autogovernada. Para a pasta, a decisão da China em ocupar os céus e mares – como resposta à visita de Pelosi – só alimenta a crise na região.
Nesta segunda-feira (08), Taiwan recebeu a visita do primeiro-ministro do país caribenho São Vicente e Granadinas. A premier taiwanesa elogiou o político por sua coragem. Ela se disse “profundamente” tocada pois “os exercícios militares chineses não o impediram de visitar amigos”.
No quarto dia de ações militares por parte da China, 66 aviões da Força Aérea chinesa e 14 navios de guerra foram detectados pelo Ministério da Defesa de Taiwan. A ilha autogovernada acusou a China de realizar exercícios de simulação de ataque. As atividades foram vistas do território taiwanês e também ao redor do Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China Continental. Também no domingo (7), um comentarista da televisão estatal da China afirmou que o exército do país manteria exercícios “regulares” bem perto de Taiwan.
No sábado (6), o líder de produção de mísseis de Taiwan faleceu, aos 57 anos, após ter um ataque cardíaco. Ou Yang tinha histórico de doença do coração e trabalhava junto a outros funcionários para dobrar a capacidade anual de produção de mísseis na ilha asiática, junto ao Instituto Nacional de Tecnologia do Ministério da Defesa de Taiwan.
No segundo dia de exercícios militares, navios e aviões de guerra cruzaram a linha mediana do Estreito de Taiwan, que separa a ilha da porção continental. O comunicado foi feito pelo Ministério da Defesa de Taiwan. Nesta sexta-feira (05), Nancy Pelosi respondeu às investidas chinesas e disse que seu país “não permitirá” que a China isole Taiwan (Estadão). A presidente da Câmara americana está na capital do Japão, que pede a “cessão imediata dos exercícios militares chineses” e é parceiro comercial número um da China. Também na sexta-feira, Pequim suspendeu canais de diálogo com a capital dos EUA.
O ministro da defesa da Austrália, Andrew Hastie, foi questionado sobre como o país agiria no caso de uma invasão à Taiwan. A “era do país de sorte acabou”, disse, explicando que para se proteger também é preciso proteger o “amigos”. Ele não descartou a possibilidade de visitar Taiwan em meio às atuais tensões.
Na quinta-feira (04), o exército chinês disparou mísseis de longo alcance com munições reais ao redor de Taiwan, como parte da retaliação e demonstração de força após o tensionamento diplomático com os EUA. O ministro da Defesa condenou a postura da China: “ações irracionais que minam a paz regional”. (UOL)
Estas e outras ações militares em Taiwan executadas como resposta às “graves provocações alguns políticos americanos e dos independentistas taiwaneses” devem continuar, segundo a Hua Chunying, porta-voz da diplomacia chinesa. Segundo o ministro da Defesa do Japão, foram lançado cinco mísseis balísticos nas águas japonesas na quinta-feira. Fumio Kishida, primeiro-ministro japonês, considerou “um problema grave” os exercícios militares próximos à Taiwan, pois ameaçam a paz e segurança da região.
Na quarta-feira (03), a China avisou que organizaria exercícios militares em seis pontos próximos à ilha, em represália à visita de Pelosi, que deixou Taiwan no mesmo dia pela noite em direção à Coréia do Sul.
A líder americana declarou que mantinha “firme” compromisso com a democracia de Taiwan e outros locais. Segundo autoridades taiwanesas, 27 aviões militares invadiram a sua área de defesa aérea na quarta-feira. A ilha entrou em alerta e passou a negociar rotas aéreas alternativas com as Filipinas e o Japão, pois acusa da China de ter criado um bloqueio aeronaval (G1).
Quando drones chineses chegaram à área de Kinmen, o exército taiwanês ” disparou sinalizadores para afugentá-los. (…) Reagiremos se eles entrarem”, explicou o major Zone-sung. (Reuters). Pequim disse que vê como uma “completa farsa” o discurso de defesa da democracia exaltado por Nancy, que foi a primeira líder do governo americano a visitar a ilha em 25 anos.
Pelosi foi desaconselhada por funcionários do governo americano e pelo presidente Joe Biden, mas não foi impedida de fazer a viagem. Segundo ela, a passagem pelo controverso território considerado uma “província rebelde” pela China partiu de “vontade própria”. A ilha autônoma de Taiwan é controlada pelas forças do governo chinês, e a visita da autoridade americana foi vista como um estímulo ao movimento pró-independência taiwanesa e uma ameaça à sua segurança e soberania nacional. Nancy Pelosi tem um longo histórico de oposição ao governo chinês com base em Pequim. (G1)
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