No Brasil, a transição de governo é regulamentada em lei e determina que o presidente em fim de mandato forneça todas as informações sobre o governo para o presidente eleito. Para isso, é criada uma equipe de transição: serão 50 pessoas definidas pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que precisam ser nomeadas pelo atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP). Após a disputa mais acirrada da história do Brasil, analistas dizem ser fundamental que essa "troca de bastão" seja transparente e democrática. Veja o que dizem políticos e analistas sobre o processo de transição e a importância dele.
Wellington Moreira Franco, ex-ministro de Minas e Energia no governo de Michel Temer e assessor de Fernando Henrique Cardoso, diz que a transição precisa acontecer com um “espírito harmônico” e trabalho conjunto, para melhorar a situação do País. “É urgente que as lideranças políticas compreendam, seja do Executivo, Legislativo ou do Judiciário, como essa polarização não contribui para tirar o Brasil dessa crise econômica, que já dura uma década.”
Moreira Franco ajudou na equipe de transição do governo Fernando Henrique em 2002, após a primeira vitória de Lula, considerada um exemplo de colaboração. Foi a primeira realizada após a regulamentação da lei, que ocorreu no mesmo ano e com sucesso.
Moreira Franco considera declarações recentes de Bolsonaro para afirmar que ele tem dado indícios de que “não irá criar problemas” durante a transição para o petista. “Lula também deve trabalhar para uma transição pacífica. E é urgente que nosso País seja pacificado. As pessoas continuarão tendo suas posições políticas ideológicas, mas respeitando a opinião das outras. O que é fundamental, porque a ideologia não gera emprego e nem promove crescimento.”
Segundo a lei, o governo eleito deve ter acesso a informações sigilosas disponíveis no Portal da Transição e no chamado Livro Branco do Planejamento, que faz um resumo das principais ações realizadas pelos ministérios.
Se o atual governo se recusar a fornecer alguma informação para o novo eleito, os servidores públicos podem ser punidos pela Justiça por desobediência, diz a presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo, Cristiana Fortini.
“A lei foi feita em um momento de antagonismo entre PT e PSDB, pensando no momento de transição mais civilizado, para evitar a ruptura e a descontinuidade entre governos distintos, tornando possível o acesso de informações importantes para que o presidente que assuma consiga exercer o cargo”, disse.
Professor da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ari Sundfeld aponta que, caso haja qualquer impasse da atual administração, como recusa em nomear os servidores, a equipe de transição pode entrar na Justiça. “O descumprimento de ordem judicial é crime e pode levar a prisão em flagrante daqueles que se recusem a cumprir, segundo o regime em relação à transição de governo previsto na lei.”
Fonte: Estadão Conteúdo
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