Cada um dos vencedores “realizou experimentos inovadores usando estados quânticos emaranhados, nos quais duas partículas se comportam como uma unidade, inclusive quando estão separadas”, destacou o Comitê Nobel. Os resultados dos trabalhos “abriram caminho para novas tecnologias baseadas na informação quântica”.
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“Está cada vez mais claro que está emergindo um novo tipo de tecnologia quântica”, afirmou Anders Irback, presidente do Comitê Nobel de Física, em comunicado. Clauser, físico pesquisador que trabalha na Califórnia, e Aspect, professor da Universidade Paris-Sacay, foram reconhecidos por seus avanços sobre o trabalho de John Stewart Bell, que na década de 1960 “desenvolveu a desigualdade matemática que leva seu nome.”
Teletransporte
Zeilinger, professor de Física da Universidade de Viena, afirmou que não esperava ser premiado. “Fiquei muito surpreso em receber a ligação”, disse. O cientista austríaco foi reconhecido por seu trabalho sobre “teletransporte quântico, que possibilita mover um estado quântico de uma partícula para outra à distância”, afirmou o júri.
“Não é como nos filmes de ‘Star Trek’ ou algo assim”, declarou Zeilinger. “Mas o ponto é que, usando o emaranhamento, você pode transferir todas as informações que são transportadas por um objeto para algum outro lugar onde o objeto é reconstituído”, explicou.
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Os três, que dividirão a quantia de 10 milhões de coroas suecas, cerca de US$ 901 mil dólares, receberão o prêmio das mãos do rei Carl XVI Gustaf em uma cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, aniversário da morte, ocorrida em 1896, do cientista Alfred Nobel, que criou a premiação em seu testamento.
No ano passado, a Academia Sueca premiou o japonês-americano Syukuro Manabe e o alemão Klaus Hasselmann por seus trabalhos nos modelos físicos da mudança climática, assim como o italiano Giorgio Parisi por seu trabalho sobre a interação de desordem e flutuações nos sistemas físicos.
Desde que foi criado, em 1901, apenas quatro mulheres venceram o Nobel de Física: Marie Curie (1903), Maria Goeppert Mayer (1963), Donna Strickland (2018) e Andrea Ghez (2020).
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(Com AFP)