O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que busca a reeleição em 2024, foi acusado nesta quarta-feira (30) pela justiça de Nova Iorque de inflar o valor de seus ativos em "bilhões de dólares" a cada ano entre 2011 e 2021, em uma ação civil movida pela Promotoria por fraude em 2022.
A procuradora-geral do estado de Nova Iorque, Letitia James, apresentou centenas de documentos à Suprema Corte local para respaldar a ação civil que ela iniciou em setembro de 2022, na qual busca US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão, na cotação atual) em danos de Trump, seus filhos e a Organização Trump por fraude fiscal e financeira.
James, uma magistrada eleita pelo Partido Democrata, acusa o bilionário republicano e seus filhos de manipular “deliberadamente” (para cima e para baixo) o valor dos ativos do grupo, incluindo clubes de golfe, hotéis de luxo e outras propriedades, para obter melhores empréstimos bancários ou benefícios fiscais.
A partir de 2 de outubro, um julgamento civil será realizado em Nova Iorque, após uma audiência preliminar na Suprema Corte do estado em 22 de setembro.
Nos documentos divulgados pelo escritório de James, a Promotoria alega que Trump superdimensionou sua situação financeira a cada ano entre 2011 e 2021, mesmo quando ocupou a Casa Branca de 2017 a 2021, em uma faixa anual que variava “entre 17% e 39%, ou entre US$ 812 milhões (R$ 3,95 bilhões) e US$ 2,2 bilhões (R$ 10,7 bilhões)”.
“Pelo menos desde 2011, os acusados e outras pessoas que trabalham para eles na Organização Trump inflaram falsamente o valor de seus ativos registrados nas demonstrações financeiras anuais de Donald J. Trump em bilhões de dólares”, afirmam os promotores de Nova Iorque.
“Diante desta evidência incontestável, o tribunal não precisa de um julgamento para determinar que os acusados inflaram significativamente o valor de seus ativos”, disse o escritório de James.
Em janeiro passado, a Organização Trump já havia sido condenada criminalmente em Nova Iorque a uma multa máxima de US$ 1,6 milhão (R$ 7,8 milhões) por fraude financeira e fiscal.
No caso da denúncia de James, Trump qualificou-a como um caso “ridículo” conduzido por uma magistrada afro-americana “racista”.
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