Os promotores da Geórgia, que investigam a suposta tentativa do ex-presidente Donald Trump de fraudar o resultado das eleições de 2020 neste estado do sul, começarão a apresentar provas a um grande júri nesta segunda-feira (14), antes de um possível indiciamento.
Duas das testemunhas, o ex-vice-governador do estado da Geórgia, Geoff Duncan, e um jornalista local, afirmaram no sábado que receberam uma ligação do escritório da promotora do condado de Fulton, Fani Willis, para depor perante um grande júri na terça-feira.
A promotora criou esse painel de cidadãos com poderes investigativos para determinar se há provas suficientes para indiciar Trump.
Em julho, a promotora deu a entender que poderia solicitar um indiciamento antes do final de agosto, por fraude e interferência eleitoral.
Nesta segunda-feira, Trump criticou em sua plataforma Truth Social o ex-vice-governador Geoff Duncan, dizendo que ele “não deveria” testemunhar no caso.
E voltou a atacar a promotora, a quem acusou de “só querer ‘pegar Trump'”. Ele também reiterou, sem provas, que foi vítima de fraude na Geórgia em 2020 em benefício de seu adversário democrata, Joe Biden.
A investigação começou como resultado de um telefonema de janeiro de 2021 – cuja gravação veio a público – no qual Trump pediu a um funcionário local, Brad Raffensperger, que “encontrasse” as aproximadamente 12.000 cédulas em seu nome que faltavam para ganhar os 16 eleitores da Geórgia.
Nos Estados Unidos, os cidadãos não elegem o presidente de forma direta, mas designam grandes eleitores de cada estado, que serão os que votarão em um ou outro candidato.
De acordo com os documentos judiciais, os investigadores relataram “um plano coordenado e a nível de vários estados realizado pela campanha de Trump” para influenciar os resultados das eleições.
O grande júri recomendou que uma dúzia de pessoas fossem indiciadas, mas não especificou quem.
Para evitar possíveis pressões ou violência, barreiras de segurança foram instaladas em frente ao tribunal no centro de Atlanta, onde ocorre a investigação.
Trump foi indiciado por outros três casos: por suposta tentativa de conspiração para alterar o resultado das eleições de 2020 (em um caso em Washington), por negligência na gestão de documentos confidenciais (em um tribunal da Flórida) e por supostos pagamentos ocultos de um ex-atriz pornô para comprar seu silêncio (em um tribunal de Nova York).
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