O tufão Mawar passou lentamente e de forma devastadora pela ilha de Guam, nesta quarta-feira (24), deixando sem energia elétrica este remoto enclave militar dos Estados Unidos no Pacífico, onde ventos potentes quebraram janelas e ondas inundaram edifícios, na pior tempestade a atingir o território em décadas.
Os habitantes desse pequeno território localizado no arquipélago das Ilhas Marianas tiveram que se refugiar quando o olho da tempestade passou pela região norte com ventos de até 225 quilômetros por hora.
O abastecimento de energia foi interrompido na maior parte do território – de cerca de 170 mil habitantes – e a Autoridade Elétrica de Guam considerou muito arriscado o envio de equipes para restabelecer o serviço.
Os moradores passaram uma longa noite às escuras, submetidos a um evento meteorológico perigoso e ruidoso. “Será aterrorizante. Não há eletricidade a menos que alguém tenha um gerador (ou) um gerador parcial. Acalmem seus filhos”, disse Brandon Aydlett, oficial de operações do Serviço Nacional de Meteorologia, de acordo com o The Guam Daily Post.
Ondas de até nove metros foram vistas ao sudeste da ilha, disse ele.
A tempestade está se deslocando de forma “insuportavelmente lenta” pelo norte da ilha, acrescentou o Guam Daily Post.
Segundo a governadora, Lou Leo Guerrero, o olho do tufão passou sobre o Canal de Rota, que fica entre as ilhas Guam e Rota.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência na terça-feira para que a ajuda federal possa chegar rapidamente ao local, informou a Casa Branca.
“Estou preocupado com a segurança do nosso povo. É a primeira tempestade desta magnitude em 20 anos”, disse Guerrero.
A agência meteorológica nacional dos Estados Unidos alertou para uma ameaça tripla de chuvas, ventos devastadores e tempestades potencialmente mortais.
Depois de prever um “impacto direto” em Guam, os meteorologistas disseram mais tarde que o tufão havia se deslocado para o norte do território insular.
Segundo as previsões, Guam receberá precipitações de 250 a 300 milímetros e em algumas regiões até superiores.
Cerca de 21.700 militares americanos e suas famílias têm base na ilha ou perto de várias instalações de Guam, que costuma abrigar submarinos nucleares de ataque, bombardeiros de longo alcance e postos de escuta eletrônica.
As bases americanas também abrigam alguns dos depósitos de munições e combustível mais importantes da região do Pacífico.
Especialistas preveem que as condições do tempo vão melhorar na quinta-feira, mas alguns temem que Mawar se torne um supertufão quando passar pelas Filipinas.
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