Ucrânia anuncia pequenos avanços no leste e sul do país

A Ucrânia anunciou, nesta segunda-feira (14), avanços no leste e sul do país, pequenos progressos em sua contraofensiva lançada há dois meses para liberar os territórios ocupados pela Rússia.

Publicado por
Agence France-Presse

Estes avanços são divulgados enquanto a Rússia afirma que suas forças progrediram no leste da região de Kharkiv, sufocando a anunciada campanha de Kiev.

O Exército russo afirma que suas forças repeliram seis ataques e contra-ataques no nordeste da Ucrânia, e que atacou instalações ucranianas de produção de drones marinhos.

“O objetivo do ataque foi alcançado. Todos os alvos foram atingidos”, anunciou em nota.

A Ucrânia admitiu que os passos contra as forças russas estão lentos, como na devastada cidade de Bakhmut (leste), tomada pelos russos em maio.

“Na região de Bakhmut, 3 km2 foram liberados na semana passada. No total, 40 km2 foram liberados no flanco sul do setor de Bakhmut”, anunciou Ganna Maliar, vice-ministra ucraniana de Defesa.

Na frente sul, onde as forças ucranianas buscam os pontos fracos das defesas russas, formadas por campos de minas, trincheiras e armadilhas antitanque, Maliar não deu detalhes, mas indicou progresso.

Na região de Kherson (sul), a vice-ministra mencionou “ações” de “unidades” ucranianas na margem leste do Dnieper, onde o Exército russo se retirou em novembro de 2022, transformando o rio em linha de frente.

“Não podemos dar detalhes, mas estas ações foram realizadas. Para consolidá-las, devemos expulsar o inimigo e liberar o território”, afirmou.

Necessidade de armas

Apoiada por uma importante ajuda militar ocidental, a Ucrânia lançou em junho uma grande contraofensiva para expulsar o Exército russo dos territórios que ocupa. Kiev passou meses preparando a operação, enquanto os russos reforçaram suas defesas, o que dificultou o avanço ucraniano, ainda modesto.

Os dirigentes ucranianos afirmam que o combates são difíceis, mas que os primeiros resultados já são vistos e que necessitam de mais armas, especialmente de longo alcance, para atacar a retaguarda russa e reconquistar o território.

“Contamos com que nossos aliados compreendam a situação e que é inadiável” o envio de armas de longo alcance e de defesas antiaéreas, disse o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, após receber o ministro alemão de Finanças, Christian Lindner, nesta segunda-feira.

A Rússia insiste que a contraofensiva falhou.

Moscou lançou sua própria ofensiva no nordeste, ameaçando a cidade de Kupiansk, liberada por Kiev em setembro, e obrigando as autoridades ucranianas a evacuar dezenas de cidades na região de Kharkiv.

Nesta segunda, o Ministério da Defesa russo afirmou que “os sistemas russos de defesa antiaérea detectaram e destruíram drones” atribuídos a Kiev “sobre o território da região de Belgorod”.

“Não houve vítimas nem danos”, segundo Moscou.

O ministério também anunciou que um de seus caças impediu que um avião norueguês de patrulha P-8A Poseidon violasse sua fronteira na zona do mar de Barents.

Tensão no Mar Negro

Os bombardeios russos destroem diariamente restaurantes, hotéis e residências, deixando mortos e feridos.

Está previsto para esta segunda-feira o enterro de uma criança de oito anos que morreu em um bombardeio com um míssil hipersônico Kinzhal, segundo Kiev, na região de Ivano-Frankivsk (oeste), a centenas de quilômetros do front e raramente bombardeada.

O importante porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro, foi atacado na noite de domingo para segunda-feira por quinze drones e oito mísseis, segundo o comando ucraniano.

Atingido pela defesa antiaérea, seus destroços danificaram um supermercado, deixando três feridos, segundo a mesma fonte. Outros edifícios e veículos também foram danificados, segundo o governo local.

Também no Mar Negro, a Ucrânia denunciou nesta segunda disparos de alerta na véspera contra uma cargueiro que seguia para o porto de Izmail, uma das principais saídas de produtos agrícolas ucranianos desde que Moscou encerrou o acordo de exportações de grãos no fim de julho.

“Estas ações demonstram a política deliberada da Rússia de ameaçar a liberdade de navegação e a segurança da marinha mercante no Mar Negro”, comunicou o Ministério de Relações Exteriores ucraniano.

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