A compra de produtos derivados da cannabis, incluindo o popular óleo de canabidiol, vendidos diretamente nas farmácias brasileiras mais do que triplicou em um ano – saltando de 50.366 unidades vendidas em 2021 para 170.263 no ano passado. O levantamento foi feito pelo Sindusfarma (Sindicato da Indústria dos Produtos Farmacêuticos). Os produtos enfrentaram desinformação e preconceito antes de começarem a ser vendidos em farmácias.
O canabidiol (CBD) é um dos 80 canabinóides presentes na planta Cannabis sativa – mesma planta da maconha recreativa – e não produz os efeitos psicoativos típicos da planta. (Definição do Conselho Federal de Medicina)
De acordo com o levantamento feito à pedido da Agência Einstein, em três anos, desde que as vendas foram liberadas nas farmácias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o número cresceu 27 vezes.
As vendas dos canabinoides em farmácias se junta ao crescimento da importação dos produtos derivados da cannabis feita por pessoas físicas. Em sete anos, as autorizações emitidas pela agência reguladora explodiu de 850 permissões em 2015 para 79.995 até o final de 2022 – um aumento de 93 vezes.
O consumo pode ser ainda maior, já que os dados não incluem o fornecimento de produtos que são produzidos e distribuídos pelas ONGs e associações de pacientes como resultado de decisões judiciais que permitem o plantio da planta e a extração do óleo sem fiscalização e aval da Anvisa.
Ao todo, existem 25 produtos autorizados pela Anvisa para importação e venda direta nas farmácias além de um único medicamento (Mevatyl) indicado para tratamento da esclerose múltipla.
A informação foi comemorada nas redes sociais. O próprio governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos) um político assumidamente conservador, decidiu se posicionar a favor do uso dos medicamentos, e citou o tratamento feito pelo próprio sobrinho como argumento para assinar o decreto:
Há pouco mais de um mês, o governo paulista sancionou a lei n. 17.618 que institui o fornecimento gratuito de medicamentos à base de canabidiol para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em caráter de excepcionalidade. Segundo o governo, em apenas um ano, mais de R$ 20 milhões foram gastos na aquisição dos produtos em atendimento às determinações judiciais.
Um grupo de trabalho formado por 32 órgãos, entidades, técnicos e representantes de associações de pacientes foi formado para regulamentar como será feita a implementação da lei e a distribuição dos medicamentos. A lei entrará em vigor 90 dias após a data de publicação.
Fonte: Agência Einstein
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