A Copa do Mundo acontece de quatro em quatro anos e faz milhões de brasileiros resgatarem suas camisas do armário. No entanto, nos últimos tempos, a peça ganhou uma associação política – principalmente com candidatos de direita. Isso fez com que muitos deixassem as cores da bandeira brasileira de lado.
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Em tempos de polarização política, há quem se empenhe em resgatar os símbolos e cores do Brasil, mostrando que a estética é de todos os brasileiros, e não de determinado partido ou político – ainda mais agora, com a Copa do Mundo quase batendo a porta.
A coleção Brasil, da LV Store, foi lançada em 3 de outubro, dia seguinte ao do primeiro turno das eleições. Apesar da proximidade com a data, Leticia Vaz, designer de moda e fundadora da marca, explica que um fator crucial foi o tempo de customização das peças. A coleção conta com um cropped (modelo de blusa mais curtinho) que pode ser personalizado com o nome na parte de trás. O processo é feito à mão, nome por nome – o que requer um tempo maior de produção.
“Como a gente já imaginava que pudessem associar [com política], fizemos uma antecipação de cinco dias. Nos cinco dias anteriores ao lançamento, a gente fez uma narrativa envolvendo a Copa do Mundo e a tendência Brasilcore”. Ouça a definição da estética, que ganhou potência com o TikTok:
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O público consegue desassociar o verde e amarelo da política?
“A maior parte entende que isso é uma tendência, ainda mais em um ano de Copa do Mundo, em que o Brasil está sendo tão visto por ser o país do futebol, e também por ser um favorito na competição. Mas acredito que, quanto mais próximo estivermos da competição, mais fortes as vendas vão ficar”, avalia Leticia.
Como designer de moda, Leticia ressalta que “o verde e amarelo é do brasileiro”, ainda mais considerando a história do país. A bandeira atual do Brasil foi oficializada em 19 de novembro de 1889, apenas quatro dias depois da proclamação da República. As suas versões anteriores também possuíam as mesmas cores.
“A gente não pode deixar que isso acabe tornando uma divisão, do tipo: ‘só uso verde e amarelo se eu apoio determinado partido’. Não, a gente usa verde e amarelo porque é brasileiro”, conclui.
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