Ao longo de oito semanas, os autores da pesquisa acompanharam dois grupos de voluntários, todos saudáveis e com peso ideal. Eles seguiram a dieta habitual, mas um grupo ingeriu também iogurtes ricos em açúcar e gordura duas vezes por dia, enquanto o outro grupo consumiu apenas iogurtes magros. Ao fim do período, a turma que comeu as versões mais calóricas não conseguiu apreciar alimentos com menor teor de açúcar e gordura.
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Depois, os pesquisadores fizeram outro teste: todos os voluntários passaram por exames de ressonância magnética enquanto bebiam milkshakes. No grupo que tinham bebido os iogurtes mais calóricos, o exame mostrou atividade cerebral ativando o sistema de dopamina, que dá a sensação de recompensa.
Segundo os autores, o estudo mostra como a comida pode mudar nosso comportamento em pouco tempo, mesmo sem ganho de peso ou impactos imediatos na saúde. E isso pode aumentar o risco de comer em excesso, levando à obesidade com todas as suas consequências.
“O ser humano tem essa preferência por esses alimentos por uma questão evolutiva, da época em que precisava estocar gordura e energia”, explica a nutricionista Paula Victória Félix, doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). “O problema é que hoje não precisamos tanta quantidade deles e estamos cada vez mais expostos, o que acaba levando a comer em excesso.”
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A boa notícia é que é possível reeducar o paladar, habituando-se a ingerir porções cada vez menores desses ingredientes e optando por uma alimentação mais saudável. “Nas crianças é ainda mais fácil: se ela nunca foi exposta, vai precisar de menos açúcar para se satisfazer. Nosso paladar é moldável”, diz a nutricionista. Por isso, a recomendação é que as crianças não tenham contato com doces antes dos dois anos de idade.
Fonte: Agência Einstein
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