Vício em açúcar e gordura: alimentos altamente calóricos ativam sistema de recompensa cerebral

Comer açúcar ou gordura em excesso altera os circuitos da recompensa no cérebro, segundo um estudo inédito feito na Universidade Yale, nos Estados Unidos, e no Max Planck Institute for Metabolism Research, na Alemanha. A Pesquisa mostra que mesmo em pequenas porções, alimentos altamente calóricos ativam essa região do cérebro e fazem você dar preferência por esses sabores.

Publicado por
Marcela Guimarães

Ao longo de oito semanas, os autores da pesquisa acompanharam dois grupos de voluntários, todos saudáveis e com peso ideal. Eles seguiram a dieta habitual, mas um grupo ingeriu também iogurtes ricos em açúcar e gordura duas vezes por dia, enquanto o outro grupo consumiu apenas iogurtes magros. Ao fim do período, a turma que comeu as versões mais calóricas não conseguiu apreciar alimentos com menor teor de açúcar e gordura. 

Imagem: Pexels

Depois, os pesquisadores fizeram outro teste: todos os voluntários passaram por exames de ressonância magnética enquanto bebiam milkshakes. No grupo que tinham bebido os iogurtes mais calóricos, o exame mostrou atividade cerebral ativando o sistema de dopamina, que dá a sensação de recompensa.

Segundo os autores, o estudo mostra como a comida pode mudar nosso comportamento em pouco tempo, mesmo sem ganho de peso ou impactos imediatos na saúde. E isso pode aumentar o risco de comer em excesso, levando à obesidade com todas as suas consequências. 

“O ser humano tem essa preferência por esses alimentos por uma questão evolutiva, da época em que precisava estocar gordura e energia”, explica a nutricionista Paula Victória Félix, doutoranda pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). “O problema é que hoje não precisamos tanta quantidade deles e estamos cada vez mais expostos, o que acaba levando a comer em excesso.”

A boa notícia é que é possível reeducar o paladar, habituando-se a ingerir porções cada vez menores desses ingredientes e optando por uma alimentação mais saudável. “Nas crianças é ainda mais fácil: se ela nunca foi exposta, vai precisar de menos açúcar para se satisfazer. Nosso paladar é moldável”, diz a nutricionista. Por isso, a recomendação é que as crianças não tenham contato com doces antes dos dois anos de idade. 

Fonte: Agência Einstein 

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Marcela Guimarães

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