“São mais de 50 mil vítimas por dia, um estádio de futebol lotado”, afirma Samira Bueno, diretora executiva do Fórum.
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O dado assustador se destaca ainda mais porque é o maior número já atingido desde o início do levantamento em 2007, de acordo com a quarta edição da pesquisa Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil.
Em 2022, 3m média, as mulheres que foram vítimas de violência relataram 4 agressões ao longo do ano. Entre as divorciadas, foram 9 nove vezes.
A violência contra a mulher cresceu em diferentes formas, desde física, sexual e psicológica.
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Os dados de feminicídios e homicídios dolosos de mulheres ainda não estão disponíveis, mas o crescimento agudo de formas graves de violência física (11, 6%), que podem resultar em morte a qualquer momento, dá as pistas:
7,4 milhões de brasileiras foram agredidas com tapas, socos e pontapés, por exemplo.
Isso significa que, a cada 1 minuto 14 mulheres foi agredidas
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- espancamento ou tentativa de estrangulamento (5,4%),
- ameaça com faca ou arma de fogo (5,1%),
- lesão provocada por algum objeto que foi atirado nelas (4,2%),
- esfaqueamento ou tiro (1,6%).
“Não será surpresa se nos depararmos com o crescimento de ambas as modalidades de violência letal contra as mulheres. Infelizmente, o Brasil ficou mais inseguro para todas nós., diz Samira Bueno”
Como funcionou a pesquisa?
A pesquisa ouviu 2.017 pessoas, entre homens e mulheres, em 126 municípios brasileiros, no período de 9 a 13 de janeiro de 2023, e foi realizada Instituto Datafolha e com apoio da Uber.
“Todos os dados da pesquisa são realmente bem tristes, mas, quando olhamos para as violências sofridas pelas mulheres no Brasil, comparado com as pesquisas que a gente fez anteriormente, todas as modalidades de violência foram acentuadas nesse último ano”, alerta Samira.
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“As mulheres estão sofrendo cada vez mais violência. Há aumento de 4 pontos percentuais sobre as mulheres que sofreram algum tipo de violência ou agressão no último ano, comparado com a pesquisa anterior. Esse é um dado que choca bastante”, lamenta a a pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Amanda Lagreca.
Outros tipos de violência
Entre as outras formas de violência citadas, as mais frequentes foram:
- as ofensas verbais (23,1%),
- perseguição (13,5%),
- ameaças de violências físicas (12,4%),
- ofensas sexuais (9%),
A pesquisa apresentou um dado inédito: uma em cada três brasileiras com mais de 16 anos 21,5 milhões de mulheres vítimas de violência física ou sexual por parte de parceiros íntimos ou ex-companheiros, representando 33,4% da população feminina do país.
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Se considerado os casos de violência psicológica, 43% das mulheres brasileiras já foram vítimas do parceiro íntimo. Mulheres negras, de baixa escolaridade, com filhos e divorciadas são as principais vítimas, revelou a pesquisa.
“Quando a gente olha esse dado de 33,4%, comparado com média global da Organização Mundial da Saúde, de 27%, o que estamos vendo é que no Brasil esse número é mais elevado do que o número um estimado pela OMS”, lamenta Amanda Lagreca.
A violência mora com você!
Para a pesquisadora, outro dado chocante é com relação ao autor da violência. Pela primeira vez, o estudo apontou o ex-companheiro como o principal autor da violência (31,3%), seguido pelo atual parceiro íntimo (26,7%).
O autor da violência é conhecido da vítima na maior parte dos casos (73,7%).
Portanto, o lugar menos seguro para as mulheres é a própria casa – 53,8% relataram que o episódio mais grave de agressão dos últimos 12 meses aconteceu dentro de casa.
Esse número é maior do que o registrado na edição de 2021 da pesquisa (48,8%), que abrangeu o auge do isolamento social durante a pandemia de covid-19.
Outros locais de violência:
- a rua (17,6%),
- o ambiente de trabalho (4,7%)
- os bares ou baladas (3,7%). S
Sobre a reação à violência, a maioria (45%) das mulheres disse que não fez nada. Em pesquisas anteriores, em 2017 e 2019, esse número foi de 52%.
O número de vítimas que foi até uma Delegacia da Mulher aumentou em relação a 2021, passando de 11,8% para 14% em 2022. Outras formas de denúncia foram: ligar para a Polícia Militar (4,8%), fazer um registro eletrônico (1,7%) ou entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher pelo Disque 180 (1,6%).
Assédio sexual
A pesquisa mostrou que 46,7% das brasileiras sofreram assédio sexual em 2022, um crescimento de quase 9 pontos percentuais em relação a 2021, quando a prevalência de assédio foi de 37,9%.
Pode se estimar que 30 milhões de mulheres que relataram ter sofrido algum tipo de assédio:
- 26,3 milhões de mulheres ouviram cantadas e comentários desrespeitosos na rua (41,0%)
- ou no ambiente de trabalho (18,6% – 11,9 milhões)
- 12,8% foram assediadas fisicamente no transporte público
- ou abordadas de maneira agressiva em uma festa (11,2%).
Se você é vítima de violência de gênero ou está presenciando agressões a uma mulher: Disque 180