Segundo o boletim, o VSR esteve presente em 47,2% dos casos de infecções respiratórias que resultaram em internação registradas no público pediátrico nesse período. Além disso, o boletim mostrou ainda que a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 5,7% para influenza A, 5,5% para influenza B, e 33,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19) – aqui incluindo também adultos.
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O que é bronqueolite? Uma inflamação aguda dos bronquíolos terminais, ou seja, das ramificações mais finas que conduzem o ar para dentro dos pulmões. A doença é causada na maioria das vezes por vírus – sendo o VSR o principal agente causador. Ele é um vírus bastante comum, que sempre circulou no Brasil, mas é potencialmente mais preocupante em bebês e crianças com até 2 anos, já que a infecção atinge o trato respiratório inferior e pode evoluir para um desconforto respiratório pela baixa saturação de oxigênio, necessitando de internação. Quanto mais nova a criança, maior chance de internação.
Apesar de muito frequente, a gravidade é considerada baixa: de cada 100 casos de bronquiolite, estima-se que 10 crianças precisarão de internação. E, desses 100 casos, apenas 1 vai precisar de suporte da UTI.
“É uma doença muito frequente, que exige cuidados, mas não é potencialmente grave. A grande parte das crianças será tratada em casa e vai ficar tudo bem. Na maioria das vezes as mães nem sabem que a criança está com bronquiolite”, diz Gabriela Bonente, intensivista pediátrica no Hospital Israelita Albert Einstein.
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Segundo a médica, no momento, a maioria das internações na pediatria do hospital são devido à bronquiolite – a maior parte delas causada pelo VSR.
Quais são os sintomas?
Geralmente a criança começa com sintomas muito parecidos com resfriado:
- nariz escorrendo,
- tosse discreta,
- obstrução nasal
- bebês, por terem o narizinho muito pequeno, costumam ter dificuldade para mamar.
- entre o terceiro e quinto dia de sintomas, a infecção pode atingir o pulmão causando a inflamação dos bronquíolos e aumento da produção de secreção.
“A criança pode evoluir para uma tosse mais produtiva (com mais catarro) e mais intensa, podendo evoluir para um cansaço e dificultando a respiração. A criança fica mais ofegante, com a frequência respiratória mais alta”, explicou a pediatra.
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Por volta do quinto ao sétimo dia, os sintomas tendem a ficar um pouco mais leves e a tosse vai desaparecendo devagar. Nem sempre a criança terá febre no período.
“O que mais nos preocupa nos sintomas é quando ela fica muito ofegante, não consegue mamar e tem dificuldade de respirar. Esse é um dos motivos em que indicamos a internação. Outro motivo para internar é quando a criança precisa de uma oferta extra de oxigênio, quando a saturação fica abaixo de 94%”, disse Bonente.
Os sintomas da bronquiolite são um pouco diferentes dos da gripe causada pelo vírus Influenza A ou B.
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“No caso da gripe, a criança fica mais prostrada, com febre mais intensa, com sintomas respiratórios altos. Mas os quadros podem ser muito semelhantes e o que vai diferenciar mesmo é a coleta do exame para a realização de um painel de vírus respiratórios que vai isolar o vírus que está causando a doença.”
Fonte: Agência Einstein
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