O presidente da China, Xi Jinping, pediu nesta segunda-feira (26) que as autoridades adotem medidas para "proteger de modo eficaz" as vidas de seus compatriotas diante do avanço da covid-19, em suas primeiras declarações públicas desde que Pequim flexibilizou as restrições sanitárias.
“Deveríamos iniciar uma campanha de saúde patriótica de maneira mais direcionada, para fortalecer a prevenção e controle da epidemia e proteger de modo eficaz a vida, a segurança e a saúde das pessoas”, afirmou Xi, de acordo com o canal estatal CCTV.
Três anos após a detecção dos primeiros casos de covid-19 na cidade chinesa de Wuhan (centro), o governo eliminou sem aviso prévio a maioria das rigorosas medidas que sustentavam sua política de ‘covid zero’, em um contexto de crescente irritação por parte da população e ante ao forte impacto desta política sobre a economia do gigante asiático.
No entanto, desde então, o país asiático enfrenta um aumento explosivo do número de infectados pelo vírus. Muitos hospitais estão superlotados e as farmácias enfrentam uma escassez de medicamentos.
Além disso, funcionários de vários crematórios relataram à AFP um aumento expressivo do número de corpos.
A China anunciou no domingo (25) que não divulgaria mais estatísticas sobre a covid-19, muito criticadas pela grande diferença entre os números oficiais e a atual onda epidêmica que atinge o país.
Até o momento, testes de PCR quase obrigatórios permitiram acompanhar com segurança a tendência epidemiológica. Mas as pessoas contaminadas agora fazem autotestes em casa e raramente relatam os resultados às autoridades, o que impede uma contagem real.
A China, o país mais populoso do mundo, reconheceu oficialmente apenas seis mortes por covid-19 desde a suspensão das restrições. Analistas, no entanto, consideram que o balanço é muito inferior ao número real de mortes, em um país onde grande parte dos idosos não está vacinada contra a covid-19.
Os cidadãos chineses podem constatar a diferença flagrante entre as estatísticas oficiais onde apenas há casos e os crescentes contágios, e inclusive mortes, de pessoas próximas.
A megalópole de Guangzhou (sul), que tem uma população de 19 milhões de habitantes, anunciou o adiamento das cerimônias funerárias para “depois de 10 de janeiro”.
Outra fonte de polêmica é a nova metodologia de recontagem das autoridades, segundo a qual somente as pessoas mortas por insuficiência respiratória ligada à covid-19 serão contabilizadas como mortas por essa doença.
No entanto, alguns governos locais, começaram a oferecer estimativas da magnitude da pandemia:
(com AFP)
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