“Nossa fênix acaba de partir”, publicou no Instagram o grupo Teatro Oficina, junto a uma foto de José Celso Martinez Corrêa, popularmente conhecido como Zé Celso, sorridente e sem camisa.
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O artista havia sido hospitalizado na terça-feira após um incêndio em seu apartamento em São Paulo. Segundo a imprensa local, o fogo teria começado após um curto-circuito em um aquecedor e o dramaturgo sofreu queimaduras em 60% do corpo.
Com seu grupo Teatro Oficina, fundado em 1958, Zé Celso desafiou a censura da ditadura militar (1964-1985), e se tornou um expoente do Tropicalismo nas artes cênicas, com obras irreverentes como “O Rei da Vela” (de Oswald de Andrade) e “Roda Viva” (escrita por Chico Buarque).
Zé celso “substitui bom gosto pela verdade”, definiu o jornal Folha de S. Paulo. O portal G1 o se referiu a ele como “a revolução do teatro brasileiro”.
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“O Brasil se despede hoje de um dos maiores nomes da história do teatro brasileiro, um dos seus mais criativos artistas”, tuitou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Corajoso, sempre defendeu a democracia e a criatividade, muitas vezes enfrentando a censura”, acrescentou Lula.
“Eu tenho a insurreição no meu corpo”, disse Zé Celso em uma entrevista à AFP em 2019, ao apresentar no Rio de Janeiro uma versão moderna de “Roda Viva”, carregada de sátira, interações com a plateia e críticas ao então presidente Jair Bolsonaro (2019-2022).
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“Fui torturado durante a ditadura militar, mas o que estamos experimentando atualmente é muito pior. Nunca vi tanta ignorância e ódio”, disse sobre o momento político há quatro anos.
Zé Celso mantinha um relacionamento há décadas com o também diretor Marcelo Drummond, 60 anos, com quem se casou no mês passado.
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