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Zelensky obtém nova ajuda militar e apoio diplomático no G7

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, obteve, neste domingo (21), novas promessas de entrega de material militar, além do apoio diplomático "inabalável" dos países do G7 em Hiroshima, Japão, após a Rússia declarar a tomada da cidade Bakhmut (leste da Ucrânia), o que Kiev nega.

O chefe de Estado ucraniano chegou no sábado a Hiroshima, onde se reuniu com os líderes das sete democracias mais industrializadas do mundo (EUA, Canadá, Japão, França, Reino Unido, Alemanha e Itália), além de outros convidados à cúpula.

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Pouco depois de sua chegada, Moscou assegurou que havia capturado Bakhmut, cenário da mais longa e sangrenta batalha desde que a invasão da Ucrânia começou em fevereiro de 2022. “Devem entender que não há mais nada”, respondeu Zelensky de forma ambivalente a uma pergunta sobre Bakhmut na cúpula, parecendo confirmar a captura da cidade. Porém, o porta-voz do presidente, Serhii Nykyforov, se apressou em esclarecer suas palavras. “O presidente desmentiu a tomada de Bakhmut”, indicou ele no Facebook.

Neste domingo, o presidente americano Joe Biden prometeu a Kiev novos envios de armas, munições e veículos blindados no valor de cerca 375 milhões de dólares, dias depois de permitir a seus aliados o fornecimento de aviões de combate F-16 à Ucrânia.

Sem reunião com Lula

A presença de Zelensky em Hiroshima, cidade vítima em 1945 do primeiro bombardeio atômico da história e agora símbolo mundial da paz, colocou a invasão russa da Ucrânia no centro dos debates do G7, ofuscando outros temas como as relações dos aliados com a China.

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Com este convite “demonstramos a solidariedade inabalável do G7 com a Ucrânia”, afirmou o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, anfitrião da cúpula. Em suas sucessivas reuniões, Zelensky buscou reunir apoios para um plano de paz de dez pontos, concentrado em exigir que a Rússia se retire do território ucraniano. Mas a ofensiva diplomática do presidente ucraniano não foi concluída totalmente: o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não se reuniu pessoalmente com Zelensky.

Lula, que tem se mostrado reticente em condenar a invasão russa, causou certa polêmica no mês passado ao declarar que os Estados Unidos deviam deixar de “incentivar a guerra”. Porém, ao condenar a “violação da integridade territorial da Ucrânia” e lançar pedidos por diálogo nas negociações, o presidente brasileiro criticou, neste domingo, os países do Conselho de Segurança das Nações Unidas, cujos membros permanentes são Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

“Os membros permanentes continuam a longa tradição de travar guerras não autorizadas pelo órgão, seja em busca de expansão territorial, seja em busca de mudança de regime”, afirmou, se referindo à invasão do Iraque por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos em 2003.

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Zelensky indicou que não se reuniu com Lula por incompatibilidade de agendas. Ao ser perguntado se estava decepcionado por não ter falado diretamente com o brasileiro, Zelensky respondeu: “Acredito que seja ele quem esteja decepcionado”.

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