Entenda como a inteligência artificial (IA) poderia, novamente, revolucionar o namoro online.
Já se passou quase uma década desde que o aplicativo de namoro Bumble – onde as mulheres sempre dão o primeiro passo – foi lançado online. Mas de acordo com a fundadora Whitney Wolfe Herd, a missão central da empresa não mudou muito.
“Eu queria dar às mulheres o controle sobre seus relacionamentos, criar uma experiência mais segura para elas na internet e mudar o paradigma de como as mulheres sentiam que poderiam aparecer no mundo e em seus relacionamentos”, disse a empresária.
Em 2014 – quando o Bumble foi criado – era considerado incomum uma mulher abordar um homem em um contexto romântico. Embora o Bumble e outros aplicativos de relacionamento tenham possibilitado que as mulheres recuperassem sua autonomia, garantir que as vozes femininas sejam consideradas no espaço digital é um processo contínuo, especialmente com a rápida evolução da tecnologia.
O aplicativo foi criado porque “a internet nunca foi projetada para as mulheres” e sua a fundadora acredita que suas experiências únicas foram ignoradas durante o boom dos aplicativos móveis na década de 2010.
Agora, a empresária alerta que a inteligência artificial pode seguir um caminho semelhante se os programadores, usuários e conjuntos de dados estiverem predominantemente inclinados para a perspectiva masculina.
“Temos que envolver as mulheres médicas, temos que envolver as mulheres cientistas, temos que envolver os estudos das mulheres. Acredito que IA pode ser muito poderosa para melhorar a vida das mulheres se nos envolvermos adequadamente agora.”
O Bumble está tomando várias medidas para fazer exatamente isso. Em 2019, o aplicativo lançou um detector de imagens obscenas alimentado por IA, que opera com taxas de eficácia de 99% e até levou vários estados a aprovarem legislação contra o “cyberflashing”. Para Wolfe Herd, esse é apenas um exemplo de “uma iniciativa de IA através do olhar feminino”.
Wolfe Herd acredita que a IA tem o potencial de identificar melhores pares românticos e até mesmo prevenir relacionamentos tóxicos antes que eles aconteçam.
Ela até citou a possibilidade de um assistente pessoal virtual dentro do aplicativo, que poderia personalizar ainda mais a experiência. Em última análise, porém, a empresária acredita que esses avanços só podem realmente funcionar se forem construídos sobre uma base de confiança dos usuários – e um desejo genuíno dos programadores de fazer a diferença.
“Se pudermos utilizar a inteligência artificial, nossa marca, nosso banco de dados de clientes e a tecnologia para ajudar você a compreender que você vale a pena, você importa e está tudo bem que isso seja uma jornada e não um destino final, então torna todo o processo muito mais prazeroso”, concluiu a empresária.
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