Os Emirados Árabes Unidos cancelaram reuniões previstas para este mês entre funcionários do Congresso dos Estados Unidos e a empresa de inteligência artificial G42. A decisão veio após legisladores americanos levantarem preocupações sobre a possibilidade de a empresa transferir poderosa tecnologia de IA dos EUA para a China, segundo porta-voz do Congresso.
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O Embaixador dos Emirados nos EUA “interveio pessoalmente” para impedir que assessores do Comitê Seleto da Câmara sobre a China se encontrassem com a G42 e funcionários do governo emiradense, disse a pessoa, que foi informada sobre os cancelamentos e pediu para não ser identificada devido às políticas internas do comitê.
Os legisladores dos EUA levantaram preocupações sobre um investimento de US$ 1,5 bilhão da Microsoft na G42, temendo que tecnologia sensível pudesse ser transferida para a empresa dos Emirados, que tem vínculos históricos com a China.
“O comitê tem ainda mais preocupações sobre o acordo G42-Microsoft, dado o fato de que os Emirados se recusaram a se reunir com assessores do Congresso para discutir essas questões. Como resultado, espera-se que o Congresso se envolva mais na supervisão dessas negociações”, disse o porta-voz do comitê.
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Os encontros cancelados podem sinalizar repercussões diplomáticas devido aos esforços crescentes de legisladores duros com a China no Congresso para examinar o acordo G42-Microsoft e restringir o fluxo de tecnologia avançada de inteligência artificial para o Oriente Médio, devido aos temores de desvio para a China.
O Departamento de Estado dos EUA se recusou a comentar. Um porta-voz da G42 encaminhou perguntas ao governo dos Emirados.
Um porta-voz da embaixada dos Emirados disse: “Houve claramente uma falha de comunicação sobre a visita”, observando que a embaixada dos Emirados “só foi informada sobre a delegação de assessores pouco antes de sua chegada”.
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A embaixada tem se encontrado e conversado com muitos membros e assessores do comitê nos últimos meses, disse o porta-voz. “O comitê foi regularmente informado à medida que os Emirados e os EUA trabalham para fortalecer o controle de tecnologias avançadas críticas aos interesses de segurança compartilhados de ambos os países.”
Os assessores procuraram as reuniões como parte de uma visita regional de 16 a 19 de julho para discutir a transferência de chips sofisticados de empresas como a Nvidia para os Emirados e a Arábia Saudita, acrescentou o porta-voz, assim como a competição tecnológica entre EUA e China.
Segundo o porta-voz, o embaixador Yousef Al Otaiba citou uma carta de 11 de julho enviada pelo presidente do comitê, John Moolenaar, ao assessor de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, solicitando uma avaliação de inteligência sobre o investimento da Microsoft na G42.
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A carta de julho, também assinada pelo presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, Michael McCaul, buscava um briefing da Casa Branca antes que o investimento da Microsoft na G42 avançasse para uma segunda fase, que envolveria a transferência de chips semicondutores com restrições de exportação da Nvidia e modelos de dados sofisticados que melhoram a capacidade de um modelo de IA de emular o raciocínio humano.
O governo Biden impôs novas restrições à exportação de chips de IA no ano passado, numa tentativa de cortar mais avenidas para que a China os obtenha, impondo um requisito de licenciamento para seu envio para os Emirados e outros países do Oriente Médio.
O governo Biden defendeu o acordo G42-Microsoft, porque forçou a G42 a cortar laços com a Huawei da China.
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A visita regional, que incluiu assessores de ambos os partidos, Democrata e Republicano, também incluiu uma reunião com funcionários sauditas, que “estavam muito ansiosos para se encontrar com a delegação e expressaram um forte desejo de abordar quaisquer preocupações dos EUA sobre as atividades do governo chinês na Arábia Saudita para receber permissão para importar chips avançados dos EUA”, acrescentou o porta-voz.
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