Um código simbólico ancestral está por trás dos intrincados padrões dos tradicionais tapetes e carpetes feitos à mão em Caxemira.
Chamado de “talim”, o código tem sido usado por centenas de anos para projetar tapetes e transmitir informações aos tecelões.
Muito mudou durante meio século na indústria. Para quem está começando na tecelagem, nos primeiros dias, poderia levar mais de seis meses para concluir um tapete.
Para iniciar o processo, um designer desenharia um tapete. Um especialista em talim codificaria esse design e, em pequenas seções, o enviaria para tecelagem. Esses pedaços de código seriam traduzidos para os tecelões, mostrando onde fazer cada nó e qual cor usar.
Cada seção representaria apenas uma pequena parte do tapete, então centenas seriam necessárias para o tapete inteiro, com muito vai e vem entre os designers e os tecelões. O processo tornava os erros difíceis de serem identificados e demorados para serem corrigidos.
Mas nos dias de hoje, o software de computador otimizou o processo, sendo possível terminar um tapete em seis semanas.
A tecelagem e os nós ainda são feitos à mão, mas agora o software de computador lida com o design e a criação do código talim. Isso significa que os tecelões podem ver todo o design de uma vez, em vez de apenas pequenas seções.
Quaisquer problemas potenciais podem ser identificados antecipadamente, reduzindo erros demorados.
A última inovação vem de empresas de tecnologia que estão aplicando inteligência artificial (IA) ao processo.
Aby Mathew é diretor de operações na International Virtual Assistance, uma empresa de software que se especializa em análise de dados. Sua empresa está treinando um sistema de inteligência artificial para entender o código talim, mostrando a ele imagens de tapetes e linhas de código talim.
A IA ainda está em desenvolvimento, e o processo ainda exigirá um humano para escrever o código, mas Mathew diz que isso deve acelerar a fabricação decodificando as instruções talim para os tecelões.
“Os tecelões poderão experimentar novos padrões, atualizar temas clássicos para se adequar aos gostos contemporâneos e produzir tapetes exclusivos e personalizados”, diz Mathew.
À medida que a Índia enriquece, ele vê uma demanda crescente por tapetes que a indústria tradicional terá dificuldade em atender.
“Os gostos dos clientes estão evoluindo, com um crescente desejo por tapetes que sejam elegantes, duráveis e de baixa manutenção. Técnicas tradicionais de fabricação de tapetes frequentemente são intensivas em mão de obra e lentas – elas podem não ser capazes de satisfazer essas necessidades”, afirmou Mathew.
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