O boom da inteligência artificial (IA) impulsiona as ações das Big Techs, mas a um custo: o impacto ambiental do setor. Gigantes como o Google admitem que a tecnologia ameaça suas metas de sustentabilidade. Data centers, essenciais para treinar IA, demandam muita energia, elevando as emissões de CO2.
O dilema é: a indústria de tecnologia conseguirá reduzir o custo ambiental da IA ou priorizará a liderança a qualquer preço?
Data centers são cruciais para treinar e operar modelos de IA. Eles exigem grande consumo de energia elétrica, gerando CO2 dependendo da fonte usada. A Agência Internacional de Energia estima que o consumo total de eletricidade por data centers pode dobrar até 2026.
Além disso, a fabricação e transporte de equipamentos para esses centros também tem impacto ambiental. O uso de água também é preocupante, podendo chegar a quase dois terços do consumo anual da Inglaterra, segundo estudos.
Um relatório recente do governo do Reino Unido aponta a fonte de energia dos data centers como “variável chave” no custo ambiental da IA. Empresas de tecnologia correm atrás de contratos de energia renovável, mas especialistas alertam que isso pode empurrar outros setores para combustíveis fósseis, já que a oferta de energia limpa é limitada.
Governos globais planejam triplicar a capacidade renovável até o final da década, mas atingir essa meta é incerto. O aumento da demanda por IA pode torná-la ainda mais distante.
Energia solar e eólica são relativamente rápidas de implementar, mas entraves burocráticos e atrasos na conexão à rede elétrica podem atrasar o processo.
Grandes empresas de tecnologia já recorrem a usinas nucleares para alimentar data centers, mas isso pode desviar energia limpa de outros usuários.
Normalmente, o aumento do consumo de energia eleva seu custo, incentivando a economia. Mas o setor de IA pode optar por arcar com custos altos para manter a liderança.
A competição por “IA de fronteira” (sistemas mais poderosos) é considerada “vencedor leva tudo”. Isso significa que, se uma empresa gasta US$ 100 milhões em treinamento de IA, as concorrentes precisam gastar ainda mais ou sair da corrida.
A busca por “AGI” (IA com capacidade humana) pode levar a investimentos bilionários em um único treinamento, na esperança de monopolizar uma tecnologia capaz de “elevar a humanidade”, segundo a OpenAI.
Surgem avanços que permitem fazer mais com menos energia. Um projeto do DeepMind, por exemplo, mostrou como treinar IA de fronteira usando menos poder computacional.
O problema é que isso não leva a uma redução no consumo total, mas sim a sistemas melhores com o mesmo gasto energético.
A corrida tecnológica da IA é promissora, mas precisamos encontrar formas sustentáveis para alimentá-la. Investir em energias renováveis e buscar eficiência energética são passos fundamentais para uma IA que respeite o meio ambiente.
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