IA no local de trabalho, robôs e rastreadores são ruins para a qualidade de vida, revela estudo

A exposição a novas tecnologias, incluindo rastreadores, robôs e software baseado em IA no trabalho, é prejudicial para a qualidade de vida das pessoas, de acordo com um estudo do grupo de reflexão Institute for Work.

Publicado por

Isabella Caminoto

13 de março de 2024 14:00

A partir de uma pesquisa realizada com mais de 6.000 pessoas, o estudo analisou o impacto no bem-estar de quatro grupos de tecnologias que estão se tornando cada vez mais predominantes em toda a economia.

Os autores descobriram que quanto mais trabalhadores estavam expostos a tecnologias em três destas categorias – software baseado em inteligência artificial (IA) e aprendizagem automática; dispositivos de vigilância, como rastreadores vestíveis; e robótica – pior tendia a ser a sua saúde e bem-estar.

Em contrapartida, a utilização de tecnologias de informação e comunicação (TIC) já estabelecidas há mais tempo, como computadores portáteis, tablets e mensagens instantâneas no trabalho, tende a ter um efeito mais positivo no bem-estar.

“Descobrimos que a qualidade de vida melhorou à medida que a frequência de interação com as TIC aumentou, enquanto a qualidade de vida se deteriorou à medida que a frequência de interação com as novas tecnologias no local de trabalho aumentou”, afirma o relatório.

Embora os autores não tenham investigado diretamente as causas, salientaram que as suas descobertas eram consistentes com pesquisas anteriores que mostraram que “tais tecnologias podem exacerbar a insegurança no emprego, a intensificação da carga de trabalho, a rotinização e a perda de significado do trabalho, bem como o enfraquecimento e a perda de autonomia, todos os quais prejudicam o bem-estar geral dos funcionários”.

Pesquisa revela receio dos brasileiros com a IA no mercado de trabalho

Uma pesquisa conduzida pela Page Interim com 5.354 profissionais da América Latina revela que 75% dos profissionais brasileiros têm a percepção de que a inteligência artificial (IA) poderá ocupar seus postos de trabalho.

A Dra. Magdalena Soffia, principal autora do estudo, disse que não são necessariamente as tecnologias em si que são o problema, mas a forma como são adotadas.

“Não queremos afirmar que existe algum tipo de determinismo no que a tecnologia causa, em termos de bem-estar”, disse ela. “Dizemos que depende realmente do contexto: de muitos fatores estruturais, das condições ambientais, da forma como é concebido e como é implementado. Muitas decisões humanas.”

O novo relatório faz parte da Revisão Pissarides sobre o Futuro do Trabalho e do Bem-Estar, realizada pela IFW em colaboração com a Warwick Business School e o Imperial College London.

Leia também:

IA pode otimizar seu consumo de conteúdo online; saiba como

Veja dicas de prompts e ferramentas de inteligência artificial (IA) para otimizar seu consumo de conteúdo online.

Este post foi modificado pela última vez em %s = human-readable time difference 05:07

Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.