Durante o debate “Inteligência Artificial: Oportunidades e Riscos para a Paz e Segurança Internacionais”, na semana passada, Moçambique disse ao Conselho de Segurança que o país prioriza áreas como estabilização, ação pelo clima e segurança.
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Desinformação e discursos de ódio
“A população jovem é majoritária. É aquela camada que, facilmente, pode usar a tecnologia de informação, muito rapidamente, e adaptar-se à inteligência artificial. É muito importante trabalhar com essa camada para o bom uso do recurso e as oportunidades que aqui dissemos. O desafio que nós temos, no momento, é o de criar empregos. Como podemos tirar proveito para a juventude beneficiar desta inteligência artificial? Mas também podemos verificar a parte de risco com a utilização de forma maléfica da inteligência artificial, que pode promover a desinformação, discursos odiosos e, como dissemos na nossa intervenção, às vezes pode ser usada por grupos terroristas para mobilização dos jovens para integração”, disse o vice-ministro.
A comunidade internacional apoia o combate ao terrorismo, levado a cabo por extremistas em Cabo Delgado, no extremo norte do país. Em cinco anos, centenas de pessoas foram assassinadas em ataques de grupos armados.
Manuel Gonçalves destacou que a atuação para travar o recrutamento e a desinformação envolvem esforços civis e militares.
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“Tem havido esse cuidado em termos de olharmos para os jovens. As Forças de Defesa e Segurança têm trabalhado com a juventude no sentido de mobilizar e falar com jovens para que tenham cuidado para a não utilização de forma maléfica deste avanço tecnológico. Portanto, tem havido esse cuidado, tanto pelas forças de segurança, mas também pelas outras instituições. Como sabe, nesta governação foi criada a Secretaria de Estado da Juventude e Desportos. O trabalho que tem havido é trabalhar diretamente com a juventude para vários aspectos.”
Uso de inteligência artificial em Moçambique
Na aérea de cooperação o ministro aponta a vertente humanitária como tendo grande potencial para aplicação de exemplos de uso de inteligência artificial em Moçambique. Segundo Manuel Gonçalves, o atual momento é crítico para promover segurança com o uso destas ferramentas.
“A localização e a ajuda à localização de pessoas deslocadas para a disponibilização de assistência humanitária. Mas também na área social podemos ver, na área de conflito, que pode ajudar a implementação de acordos assinados, sobretudo de algumas atividades, nomeadamente a desminagem. São vantagens e oportunidades que se oferecem. Mas também se olhou para os desafios. Alguns aspectos desses desafios já estão a ocorrer. A desinformação pode provocar conflitos, promover ou exacerbá-los. Por isso, é importante que os países coordenem, trabalhem juntos, não só os mais desenvolvidos.”
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Outro objetivo da reunião foi servir de plataforma para os esforços de colaboração dos países no desenvolvimento em favor de uma abordagem compartilhada para aliviar esses riscos.
O Conselho de Segurança debateu ainda como melhor monitorar e prevenir o potencial risco de desenvolvimento e o uso da IA para agravar conflitos e instabilidade. O Reino Unido acolhe uma reunião global sobre a questão este ano.
Uma das posições da ONU sore o tema é que todos os 193 Estados-membros cheguem, urgentemente, a um consenso sobre as principais proteções para governar o desenvolvimento e a implantação das ferramentas de tecnologia para o bem de todos.
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Os países-membros do Conselho trocaram pontos de vista sobre as possíveis implicações da inteligência artificial na paz e segurança internacionais, e destacaram como promover seu uso seguro e responsável e opções multilaterais para mitigá-los.
(Com ONU News)
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