Inteligência Artificial

Jeff Bezos diz que a IA é “mais propensa a nos salvar do que a nos destruir”

O posicionamento de Bezos vem acompanhado de um movimento de crescimento da Amazon em iniciativas de inteligência artificial (IA).

Publicado por
Vinicius Siqueira

Em uma entrevista recente, o fundador da Amazon.com, Inc., Jeff Bezos, participou de uma conversa reflexiva com o cientista da computação russo Lex Fridman, compartilhando insights pessoais intrigantes sobre inteligência artificial (IA). Bezos referiu-se a ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT, como “não invenções, são descobertas… estamos constantemente surpreendidos com suas capacidades”.

“Essas ferramentas poderosas são muito mais propensas a nos ajudar e nos salvar do que a nos desequilibrar, prejudicar e destruir”, disse ele.

Em um movimento significativo no cenário da IA, a gigante da tecnologia introduziu o Amazon Q em novembro, sinalizando um salto substancial na revolução do suporte empresarial. Operando sob o guarda-chuva da Amazon Web Services (AWS), o Amazon Q visa aprimorar tarefas, acelerar processos de tomada de decisão e estimular a criatividade, fornecendo informações e conselhos rápidos e pertinentes aos funcionários.

Um dos principais diferenciais entre o Q e seus concorrentes é seu foco centrado nos negócios e integração com as principais empresas de negócios para negócios (B2B). De acordo com o CEO da AWS, Adam Selipsky, o Amazon Q pode ser integrado perfeitamente a softwares como Salesforce, Microsoft 365, Google, Slack e outras 40 empresas. Ele pode extrair e compreender “os conceitos, nomes de produtos, estrutura organizacional… todos os detalhes que compõem o seu negócio”.

A Amazon tem se esforçado para entrar no espaço da inteligência artificial ao lado de outras gigantes da tecnologia. No ano passado, a Amazon investiu até US$ 4 bilhões na startup de IA Anthropic, fundada por ex-funcionários da OpenAI. A Anthropic também levantou US$ 2 bilhões da controladora do Google, Alphabet, Inc.

O lançamento do Amazon Q não passou despercebido no mercado. Isso se reflete no preço das ações da Amazon, que aumentou 5,58% desde 28 de novembro.

Apesar de a Amazon ter entrado no espaço da IA mais tarde do que seus concorrentes, como o ChatGPT da OpenAI e o Bard do Google, e ter mais tempo para criar e desenvolver seus modelos de IA, o Amazon Q tem enfrentado desafios.

No momento do seu lançamento, a Amazon comentou: “A AWS nunca utiliza o conteúdo dos clientes do Amazon Q para treinar os modelos subjacentes, garantindo a segurança e privacidade das informações da empresa”, mas relatos recentes de usuários sugerem uma narrativa diferente. Surgiram casos em que o Amazon Q supostamente alucinou e vazou informações privadas, gerando preocupações e lançando dúvidas sobre as medidas de segurança da plataforma.

No entanto, Bezos permanece otimista quanto ao impacto da IA, expressando sua crença de que essas ferramentas poderosas têm mais probabilidade de ajudar e beneficiar a humanidade do que representar uma ameaça. Ele enfatiza o potencial delas para salvar e elevar, em vez de desequilibrar ou prejudicar. Colocando isso em perspectiva, Bezos disse: “Você sabe, o telescópio foi uma invenção, mas olhar através dele para Júpiter e saber que tinha luas foi uma descoberta.”

Embora a plataforma tenha chamado a atenção por suas capacidades de integração e potencial para revolucionar as interações com vários softwares, as preocupações relatadas sobre segurança e privacidade levantam questões importantes sobre sua confiabilidade. O otimismo de Bezos sobre o impacto positivo da IA na humanidade contrasta com os desafios enfrentados pelo Amazon Q, destacando as complexidades em curso no desenvolvimento e implementação de tecnologias avançadas de IA. Enquanto a gigante da tecnologia navega por esses desafios, o futuro do Amazon Q e seu papel na configuração do cenário de IA permanecem temas de grande interesse e escrutínio.

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Vinicius Siqueira

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