Nova IA da Apple deixa para trás mais de 90% dos usuários de iPhone

Após quase dois anos de espera, a Apple finalmente entrou na onda da IA generativa.

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A grande notícia foi anunciada pelo CEO da empresa, Tim Cook, na Worldwide Developer Conference (WWDC). Abrindo o evento principal, Cook declarou: “Estou animado para apresentar novos recursos de inteligência artificial que esperamos inspirar desenvolvedores, encantar usuários e tornar nossas plataformas ainda mais inteligentes e úteis do que nunca.

No entanto, os detalhes que a Apple forneceu posteriormente na palestra e em seu site limitaram o alcance desse salto tecnológico. A nova IA da Apple e a esperada reformulação completa da Siri – disponíveis no outono, em fase de teste, com o novo sistema operacional iOS 18 – deixarão de lado bem mais de 90% dos atuais usuários de iPhone, a menos que eles comprem um novo smartphone.

Na ausência de dados oficiais da Apple, estimativas indicam que existem cerca de 1,5 bilhão de usuários ativos de iPhone em todo o mundo. Analistas estimam que o iPhone 15 Pro e Pro Max – os celulares mais vendidos do mundo – possam chegar a perto de 100 milhões de unidades. Isso significa que a IA da Apple nem alcançaria 7% do total de usuários de celulares da Apple. Além disso, usuários fora dos EUA também serão excluídos dessa porcentagem por enquanto.

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Apenas o iPhone 15 Pro e Pro Max – dentre os 24 modelos compatíveis com o novo iOS 18 – poderão executar a IA da Apple. Esse sistema inclui funções já oferecidas por outras gigantes da tecnologia, como resumir documentos, notas, áudios e chamadas telefônicas, sugerir respostas a mensagens, revisar textos e corrigir estilo e tom, além de novidades como criar novos emojis e imagens do zero com algumas instruções simples. Os outros iPhones também não terão acesso à assistente digital Siri reformulada, que poderá entender pedidos com muito mais precisão, manter o fio da conversa com o usuário e pedir ao ChatGPT para resolver qualquer dúvida que não consiga responder.

Além de celulares, a IA da Apple e a nova Siri também estarão disponíveis em tablets e computadores com processadores Apple – o M1 ou superior. No caso dos iPads, isso beneficiará cinco dos 15 modelos compatíveis com o sistema operacional iPadOS 18; e 13 dos 18 modelos de computador compatíveis com o macOS 15 Sequoia. A Apple começou a vender Macs com processadores Apple em 2020, iPads Pro em 2021 e iPads Air em 2022. Todos os iPad minis e modelos de iPad sem esses processadores não terão os novos recursos inteligentes.

O salto da Apple para a IA generativa também não afetará o óculos de realidade mista Vision Pro, apesar de ser um dos dispositivos mais modernos e sofisticados da empresa e estar equipado com um processador M2, com capacidade mais do que suficiente.

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Funções promissoras, mas não a curto prazo

A reformulação da Siri também era aguardada há muito tempo nos Apple Watches – onde a assistente digital funciona pior do que nos iPhones – e nos HomePods – que só são controlados por voz com o comando “Hey, Siri”. Apesar disso, a nova Siri também não chegará a smartwatches, alto-falantes inteligentes ou ao player de vídeo Apple TV por enquanto.

A Apple não forneceu nenhuma informação sobre se os modelos atuais das diferentes plataformas que permanecem fora do novo sistema de IA poderão acessar algumas de suas funções no futuro, seja pelo processador ou acessando a mesma rede privada de computação em nuvem. Essa rede – lançada em 10 de junho – será usada para resolver as solicitações mais sofisticadas de IA generativa. Também não há detalhes sobre quando esses recursos estarão disponíveis em outros idiomas, como o espanhol. A gigante da tecnologia apenas declara que a IA da Apple “estará disponível em beta como parte do iOS 18, iPadOS 18 e macOS Sequoia neste outono em inglês americano. Alguns recursos, plataformas de software e idiomas adicionais virão ao longo do próximo ano.”

O fato de a Siri reformulada não estar disponível em smartwatches ou alto-falantes inteligentes decepcionou analistas de tecnologia.

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Mark Gurman da Bloomberg, que recebeu um vazamento detalhado de todos os anúncios da conferência dias antes, previu que a grande vantagem da inteligência artificial da Apple seria a disponibilidade em todos os dispositivos da marca. Agora, porém, ele alerta que a investida da Apple no mercado de IA levará anos para se concretizar e gerar lucros significativos. Gurman argumenta que os novos recursos “provavelmente não terão um grande impacto nas vendas do iPhone este ano”.

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