Olimpíadas de Paris 2024
Créditos da imagem: AFP

Olimpíadas de Paris 2024: vigilância por IA preocupa organizações de direitos humanos

Bagagem abandonada e multidões inesperadas - câmeras em tempo real usarão inteligência artificial (IA) para detectar atividades suspeitas nas ruas de Paris durante as Olimpíadas do próximo ano. Mas grupos de direitos civis dizem que a tecnologia é uma ameaça às liberdades civis.

O Conselho Constitucional da França autorizou o governo a utilizar o sistema de vídeo-vigilância algorítmica (AVS) para monitorar multidões de 300 ou mais pessoas. A lei que permite o uso da tecnologia já está em vigor e é válida até 31 de março de 2025.

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O sistema de monitoramento francês não usará reconhecimento facial ou qualquer outra tecnologia biométrica para identificar indivíduos. Em vez disso, a AVS procurará movimentos estranhos, comportamentos incomuns, incêndios, objetos suspeitos como bolsas abandonadas e outros perigos potenciais e alertará as forças de segurança para emergências.

Tecnologia levanta preocupações

Por mais que a legislação aprovada exclua, explicitamente, o uso da tecnologia de reconhecimento facial – como a adotada pela China, por exemplo, para rastrear indivíduos “suspeitos” – organizações ligadas aos direitos humanos temem a perda do “direito de ser anônimo”.

“Dizem que faz toda a diferença que aqui não haverá reconhecimento facial. Dizemos que é basicamente a mesma coisa”, diz a ativista Noémie Levain. “O monitoramento de vídeo AI é uma ferramenta de vigilância que permite ao estado analisar nossos corpos, nosso comportamento e decidir se é normal ou suspeito. Mesmo sem reconhecimento facial, permite o controle em massa.

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“Nós vemos isso tão assustador quanto o que está acontecendo na China. É o mesmo princípio de perder o direito de ser anônimo, o direito de agir como queremos agir em público, o direito de não ser observado”, conclui Levain.

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