Segundo a consultoria McKinsey, muitas construtoras ainda enfrentam desafios, com grandes projetos sendo executados 20% acima do prazo e até 80% sobre o orçamento, ao mesmo tempo em que lutam para encontrar trabalhadores qualificados para seus projetos.
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Conforme relatado pela McKinsey, a porcentagem total de crescimento da produtividade da mão de obra na construção global não ultrapassou 1% em média nas últimas duas décadas. Este dado é muito alarmante se considerarmos que o crescimento médio da economia mundial é estimado em 2,8%. O mesmo número para o setor de manufatura é de 3,6%.
Por isso, segundo os analistas, as empreiteiras buscam plataformas integradas para gerenciar as obras, adotando sistemas que permitem a visibilidade do gerenciamento de processos e operações por meio de recursos nativos e integração perfeita com outras tecnologias para agregar dados e controle em um único local.
As tecnologias digitais podem, realmente, gerar valor para a indústria da construção. A aplicação de novos processos podem melhorar a produtividade, reduzir riscos e aumentar a qualidade no setor da construção, com um impacto profundo no futuro do setor.
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A indústria da construção civil está adotando tecnologias digitais, como modelagem de informação da construção (BIM), realidade aumentada e virtual, digitalização a laser, robótica, impressão 3D, pré-fabricação e plataformas DFMA, software analítico, blockchain, gêmeos digitais, Internet das Coisas (IoTs) e soluções de aprendizado de máquina em todo o ciclo de vida do ativo construído.
Tecnologias de ponta na indústria
Tecnologias de ponta, como inteligência artificial e mapeamento com drones e sensores, também podem aumentar muito a produtividade dos canteiros de obra, tornando-os mais seguros e compatíveis com a qualidade. Drones estão sendo usados para mapear locais avaliando o progresso em tempo real e criar modelos 3D. Essas varreduras podem ser comparadas entre modelos BIM para determinar o progresso da obra a cada dia. Além disso, sensores podem ser instalados para monitorar o inventário de equipamentos, e o aprendizado profundo pode compará-lo entre os cronogramas de trabalho para identificar quaisquer gaps no andamento ou até mesmo identificar problemas.
Robôs com câmeras conduzem inspeções e verificações de qualidade em áreas de alto risco enquanto documentam e mapeiam todo o local do projeto. O processo de digitalização não apenas ajuda a maximizar a eficiência e os lucros, mas também a minimizar substancialmente os riscos à vida humana, com monitoramento rigoroso dos canteiros e protocolos de conformidade de segurança.
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A importância de coletar e analisar dados
Além disso, essas intervenções tecnológicas não apenas otimizam as tarefas, mas também facilitam a documentação e registro de todas as informações que processam, capturam e compartilham. Quanto mais dados o setor conseguir capturar, mais fácil será para se transformar, assim como a manufatura e o varejo conseguiram fazer. Os dados de histórias de sucesso ou fracasso desses projetos podem identificar os padrões recorrentes no funcionamento do local da obra, além de ajudar muito na modelagem preditiva para projetos futuros.
Outro problema quando não há a adoção de ferramentas digitais é que os membros da equipe operam de forma independente, e muitas vezes as tarefas são atrasadas desnecessariamente e erros são cometidos. Quase todas as etapas de um projeto de construção dependem uma das outras. Trabalhadores de escritório, como gerentes de projeto, devem colaborar com operários de campo durante toda a obra, com plataformas que reúnam todos os dados, automatizando aprovações e alertas em tempo real.
A verdade é que assim como em outros setores, a indústria da construção civil precisa digitalizar os seus processos, adotar tecnologias durante a obra automatizando as etapas. Só assim o setor poderá alcançar uma maior eficiência.
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Jaime Perroti é especialista em robôs industriais da Mitsubishi Electric.
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