Universal Music e TikTok não chegam em acordo e gravadora anuncia retirada de músicas da plataforma

O acordo entre a Universal Music Group (UMG) e o TikTok está prestes a expirar, já que as empresas não chegaram a um consenso em questões como compensação de artistas e inteligência artificial (IA). Isso significa que algumas das músicas mais populares do mundo, incluindo as de Taylor Swift, Harry Styles e o sucesso recentemente viral "Murder on the Dancefloor", serão removidas da biblioteca do TikTok.

Em uma carta aberta ardente intitulada “Por que devemos dar um tempo no TikTok“, publicada na terça-feira (30), a UMG – a maior empresa de música do mundo – acusou o TikTok de tentar “intimidar” e “coagir” a empresa a “aceitar um acordo que vale menos que o acordo anterior, muito menos do que o valor de mercado justo e não reflete seu crescimento exponencial”.

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O TikTok, de propriedade da empresa chinesa ByteDance, é um aplicativo de mídia social que permite aos usuários criar vídeos de curta duração, a maioria dos quais é sonorizada com efeitos sonoros e músicas licenciadas.

A dominância da UMG sobre a música popular não pode ser exagerada, com a empresa detendo os direitos de artistas como os Beatles, Bob Dylan, Elton John, Drake, Sting, The Weeknd, Kendrick Lamar, SZA, Ariana Grande, Justin Bieber, Adele, U2, Coldplay, Post Malone e mais. É a única empresa de música a ter nove dos dez melhores álbuns na parada de música Billboard 200 de uma vez, e alcançou esse feito quatro vezes.

Se a UMG não chegar a um acordo com o TikTok, todas as suas músicas serão removidas do serviço assim que o contrato expirar na quarta-feira (31), confirmou um porta-voz da UMG à Reuters.

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Na carta aberta, a UMG alegou que o TikTok representa “apenas cerca de 1% de nossa receita total”, o que, segundo eles, é evidência de “quão pouco o TikTok compensa artistas e compositores, apesar de sua base de usuários maciça e em crescimento rápido, receita publicitária rapidamente crescente e dependência crescente de conteúdo baseado em música”.

A empresa de música alegou que, durante as negociações para um novo acordo, o TikTok “propôs pagar aos nossos artistas e compositores a uma taxa que é uma fração da taxa que plataformas sociais igualmente situadas pagam”.

Quando as negociações emperraram, a UMG alega que o TikTok tentou “intimidar” a empresa “removendo seletivamente a música de certos de nossos artistas em desenvolvimento”, enquanto mantinha as estrelas maiores na plataforma.

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“As táticas do TikTok são óbvias: usar seu poder de plataforma para prejudicar artistas vulneráveis e tentar nos intimidar a ceder a um acordo ruim que subestima a música e deixa artistas, compositores e seus fãs desapontados”, escreveu a UMG.

Em uma resposta inflamada, o TikTok acusou a UMG de ter “colocado sua própria ganância acima dos interesses de seus artistas e compositores”.

“Apesar da narrativa e retórica falsas da Universal, o fato é que eles escolheram se afastar do apoio poderoso de uma plataforma com mais de um bilhão de usuários, que serve como um veículo de promoção e descoberta gratuito para seu talento”, disse a empresa.

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A crise surge à medida que o TikTok explora mais a criação de música e a inteligência artificial. Lançou o TikTok Music no ano passado em alguns países como concorrente do Spotify e Apple Music, e está testando uma função chamada “AI Song” que permite aos usuários criar músicas usando sugestões.

A UMG acusou o TikTok de “permitir que a plataforma seja inundada com gravações geradas por IA”. Ao desenvolver ferramentas que permitem aos usuários experimentar a criação de música por IA, o TikTok está “patrocinando a substituição de artistas por IA”, afirmou a UMG, alegando que o único meio que tinha para buscar a remoção de conteúdo infrator no TikTok era um “processo monumentalmente complicado e ineficiente que equivale ao equivalente digital de Whac-a-Mole.”

O TikTok possui acordos semelhantes com empresas de música, incluindo a Sony e a Warner Music – algo que a empresa destacou em seu comunicado na terça-feira- , mas se essas empresas compartilham alguma das preocupações da UMG ainda está por ser visto.

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