De acordo com o jornal Kahawatungu, uma equipe teria entrado na sede da Worldcoin em Nairóbi, capital do país, e confiscado documentos e Orbs, os equipamentos usados para realizar o registro de íris dos usuários.
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Segundo Immaculate Kassait, chefe do Comissariado de Dados do país, a Tools for Humanity – empresa controladora da Worldcoin – não divulgou as “verdadeiras intenções” do projeto durante o seu registro no Quênia.
As autoridades do país já tinham suspendido, na semana passada, as operações da Worldcoin.
Em um comunicado conjunto, a Autoridade de Mercados de Capital do Quênia (CMA) e o Escritório da Comissária de Proteção de Dados (ODPC) apontaram que a Worldcoin despertou “uma série de preocupações regulatórias legítimas que requerem uma atenção urgente” das autoridades.
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Entre elas está a “falta de clareza sobre a segurança e armazenamento de dados sensíveis coletados (o registro de íris para reconhecimento facial)”, além do fato de que a “obtenção do consentimento do consumidor em troca de uma recompensa monetária beira à indução”.
As autoridades também criticam a “incerteza sobre a proteção dos consumidores em torno da criptomoeda e outros serviços”, “informações inadequadas sobre medidas e padrões de cibersegurança” e “uma quantidade imensa de dados nas mãos de agentes privados sem uma estruturação apropriada”.
O comunicado reforça que “essas questões demandam uma investigação ampla para permitir que os reguladores aconselhem os responsáveis sobre as medidas apropriadas para proteger o interesse público”. Ele destaca ainda que “as controvérsias em torno da Worldcoin não são novas”.
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França e Reino Unido também contestam a empresa
Além do Quênia, França e Reino Unido também estão de olho na cripto de Altman. A Comissão Nacional de Informação e Liberdades (CNIL), da França, abriu investigações contra o Worldcoin por considerar “questionável” a política de coleta e armazenamento de dados dos usuários.
No Reino Unido o problema também é grande. O órgão responsável pela fiscalização e proteção de dados dos britânicos, Escritório do Comissário de Informações, disse à Reuters que também está investigando a empresa por suposta violação da privacidade de dados.
Em ambos os casos a grande polêmica está em volta do Orb, um equipamento que escaneia a íris de usuários afim de obter uma identidade única para usar a cripto.
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O que diz a Worldcoin
A Worldcoin revela que escolheu o Quênia como o primeiro país africano a lançar a plataforma por causa do espaço tecnológico já em expansão e dos mais de quatro milhões de quenianos que já estão negociando em criptomoedas.
De acordo com a startup, os dados biométricos dos usuários são deletados assim que obtidos pela captura no Orb, sendo substituídos por um World ID, um código criptográfico vinculado a cada usuário que servirá como uma “identidade global”. Em troca do registro, o usuário recebe uma recompensa em WLD, a criptomoeda nativa do projeto.
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