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Quando o sucesso se torna uma armadilha: como identificar a ansiedade de alto funcionamento

Você já se perguntou como algumas pessoas conseguem ser tão produtivas, competentes e bem-sucedidas em diversas áreas de suas vidas? À primeira vista, elas parecem ter tudo sob controle, mas por trás desse aparente alto desempenho, pode estar uma condição pouco conhecida e frequentemente ignorada: a ansiedade de alto funcionamento.

De acordo com a psicóloga clínica Juliana Vieira A. Silva, PhD em Psicologia, embora o termo “ansiedade de alto funcionamento” não seja reconhecido cientificamente, muitos pacientes o utilizam para descrever uma experiência específica de ansiedade. No Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, essa condição é chamada de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

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Os sintomas característicos incluem preocupação excessiva, ansiedade, tensão muscular, inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração e perturbação do sono – tudo isso com duração mínima de seis meses.

Um aspecto desafiador no diagnóstico desse transtorno é identificar se a ansiedade está realmente afetando o desempenho pessoal e/ou profissional do indivíduo. Juliana diz ser necessário um trabalho minucioso por parte dos profissionais de saúde mental para compreender a relação entre ansiedade e desempenho e determinar se o aparente sucesso não é, na verdade, um vilão na vida da pessoa.

Quando a ansiedade de alto funcionamento se torna um obstáculo para o bem-estar e a qualidade de vida, é fundamental procurar ajuda profissional especializada. A Terapia Cognitivo-Comportamental, conduzida por psicólogos, têm se mostrado eficaz no tratamento desse transtorno. “Conforme a gravidade, é preciso fazer uso de medicação, sendo acompanhado por um psiquiatra”, completa Juliana.

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O Brasil tem a população mais ansiosa do mundo: 18,6 milhões de brasileiros possuem transtorno de ansiedade, o que representa aproximadamente 9,3% das pessoas do país. De acordo com o último grande mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela OMS, Paraguai (7,6%), Noruega (7,4%), Nova Zelândia (7,3%) e Austrália (7%) aparecem logo em seguida do Brasil.

É importante reconhecer que a ansiedade de alto funcionamento pode exercer um impacto significativo na vida das pessoas, mesmo que elas aparentem estar no controle de suas responsabilidades diárias. O sofrimento interno é real e merece atenção e cuidado.

É essencial combater o estigma relacionado aos transtornos mentais e buscar apoio profissional sem medo ou vergonha. Conscientizar-se sobre a ansiedade de alto funcionamento e buscar o tratamento adequado é um passo crucial para promover a saúde mental e o bem-estar de todos aqueles que enfrentam essa condição.

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