Veja os destaques do Curto Verde desta segunda-feira (07): estimativa aponta que, em 15 de novembro deste ano, haverá 8 bilhões de pessoas na Terra. É gente demais? Fundação Gates doará US$ 1,4 bilhão a agricultores na África e Ásia pela mudança climática; relatório aponta que os últimos 8 anos foram os mais quentes registrados até agora; e o potencial que o mercado voluntário de carbono tem para financiar a restauração de boa parte das pastagens degradadas do Brasil.
Em 15 de novembro estima-se que haverá 8 bilhões de pessoas na Terra. São muitos? Não necessariamente, respondem os especialistas que alertam para o excessivo consumo dos recursos pela parte mais rica do planeta.
Somos demais para o planeta? Não é a pergunta certa, respondem muitos especialistas que rejeitam a ideia de superpopulação e preferem enfatizar o consumo excessivo de recursos pelos países desenvolvidos.
“Demais para quem? Para você? Para quê? Se você me perguntar se eu sou demais, eu não acho”, responde à AFP Joel Cohen, da Universidade Rockeffeler em Nova York.
Ele diz que a questão sobre quantas pessoas a Terra pode suportar tem dois lados: os limites dos recursos naturais e as escolhas dos Homens.
Estas escolhas fazem com que sejam consumidos mais recursos biológicos (florestas, peixes, terras…) que o planeta pode regenerar a cada ano, e geram um excessivo uso de energias fósseis, com cada vez mais emissões de CO2, responsáveis pelo aquecimento global.
Em relação aos recursos, seria necessária 1,75 Terra, ou seja, mais três quartos, para atender às necessidades da população de forma sustentável, segundo as ONGs Global Footprint Network e WWF.
No caso do clima, o último relatório dos especialistas em clima da ONU (IPCC) aponta que o crescimento populacional é um dos principais motores do aumento das emissões de gases de efeito estufa, mas menos do que o crescimento econômico.
Se todo mundo vivesse como um habitante da Índia, a humanidade necessitaria apenas 0,8 planeta, ou 8 de 10 partes, por ano, frente aos mais de 5 planetas para um habitante dos Estados Unidos, segundo o Global Footprint Network e a WWF.
De acordo com a ONU, a população vai continuar crescendo, podendo chegar a 9,7 bilhões em 2050.
A Fundação Bill e Melinda Gates anunciou, nesta segunda-feira (7), na COP27, no Egito, uma doação de 1,4 bilhão de dólares para pequenos produtores e agricultores afetados pela mudança climática na África e na Ásia.
A doação será entregue ao longo de 4 anos e servirá para financiar métodos de combate à seca, ondas de calor e inundações extremas.
Cada um dos últimos 8 anos foi mais quente do que todos os registros conhecidos até agora, de acordo com um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulgado neste domingo (6).
A temperatura média do planeta, comparada à era pré-industrial, já subiu 1,15°C. Oficialmente, a comunidade internacional prometeu lutar para que esse aumento se mantenha em 1,5ºC, meta que poderá ser superada ainda nesta década.
O ano de 2022 será o quinto ou sexto mais quente conhecido, com base nos registos oficiais, e isso “graças” à influência, pelo terceiro ano consecutivo, do fenômeno oceânico La Niña, que provoca uma diminuição das temperaturas em algumas regiões do planeta.
O La Niña “não está revertendo a tendência de longo prazo; é apenas uma questão de tempo até que um novo ano mais quente chegue”, insistiu a OMM.
A avaliação final virá em 2023, mas a OMM já alerta que “os oito anos, de 2015 a 2022, provavelmente são os mais quentes já registrados” até o momento.
Um estudo divulgado pela consultoria McKinsey revelou que – a preços não muito distantes dos que hoje já são praticados – o mercado voluntário de carbono tem potencial para financiar a restauração de boa parte das pastagens degradadas do Brasil.
De acordo com o levantamento, com os créditos sendo negociados entre US$ 25 e US$ 35 por tonelada de dióxido de carbono (CO2), cerca de 84 milhões de hectares no Brasil seriam passíveis de conservação e restauração florestal – 76 milhões de hectares nos quatro principais biomas (Amazônico, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica), poderia ser transformada por projetos de reflorestamento e agrofloresta.
(com AFP)
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