O grupo BHP está na mira porque era co-proprietário, junto com a brasileira Vale, da mineradora Samarco, que administrava a barragem de rejeitos de minério de ferro que se rompeu em 5 de novembro de 2015.
PUBLICIDADE
Este evento provocou um desastre, considerado como a pior tragédia ambiental do Brasil.
Mais de 200 mil demandantes, entre eles o povo indígena Krenak, fazem parte desta ação, segundo o escritório de advocacia Pogust Goodhead, responsável por sua defesa, enquanto um número equivalente de clientes se prepara para ingressar nesta mesma demanda.
O escritório, que conseguiu uma vitória depois de 4 anos de procedimentos, diz que este é o maior litígio coletivo já apreciado por um tribunal de âmbito civil na Inglaterra.
PUBLICIDADE
No total, a quantia reivindicada à BHP poderia superar 10 bilhões de libras, detalhou o escritório de advocacia, frente aos 5 bilhões de libras em danos estimados inicialmente quando a ação foi apresentada.
A data de início do julgamento, cujas audiências estão previstas para se estender por até 8 semanas, está “marcada para 9 de abril de 2024”, anunciou o Tribunal Superior de Justiça do Reino Unido.
A tragédia
A barragem se rompeu perto da cidade de Mariana, em Minas Gerais, liberando uma gigantesca enxurrada de rejeitos e lama que soterrou por completo o distrito de Bento Rodrigues, matando 19 pessoas e deixando mais de 600 moradores desalojados.
PUBLICIDADE
Em seguida, o fluxo de rejeitos chegou ao Oceano Atlântico, percorrendo 650 quilômetros através do leito do rio Doce. Pelo caminho provocou a morte de milhares de animais, devastou áreas protegidas e deixou 280 mil pessoas sem água.
O que diz a BHP?
Trata-se de uma “decisão processual”, que “não tem nada a ver com o mérito da ação no Reino Unido”, reagiu, nesta quinta-feira (22), a mineradora BHP, grupo que é cotado tanto na bolsa de Londres como na de Sydney, em um comunicado enviado à AFP.
A empresa “contesta as reivindicações em sua totalidade e continuará a se defender” neste caso. Além disso, acredita que a ação é redundante com outros processos judiciais em curso no Brasil.
PUBLICIDADE
(com AFP)
Leia também: