A AIE prevê em seu relatório anual sobre o mercado de petróleo que o crescimento da demanda de petróleo vai registrar uma desaceleração significativa nos próximos cinco anos.
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“A transição para uma economia de energia limpa está acelerando, com um pico na demanda global de petróleo previsto para antes do final desta década, à medida que os veículos elétricos, a eficiência energética e outras tecnologias avançam”, afirmou o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol, em um comunicado.
No relatório de 2023, um estudo de mercado para os próximos cinco anos, a AIE projeta que a demanda mundial de petróleo vai continuar aumentando, mas que a expansão “deve desacelerar significativamente até 2028”.
As estimativas apontam o pico da demanda para antes do que era previsto nos relatórios anteriores. No documento “Perspectivas da Energia no Mundo” de 2022, a AIE havia projetado um “avanço da demanda mundial de petróleo, apesar dos preços elevados, com um pico e a estabilização depois de 2035”.
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Mas a crise energética iniciada durante a recuperação pós-pandemia em 2021, agravada com a guerra na Ucrânia em 2022, afetou as previsões.
“Os preços elevados da energia e os problemas de segurança do fornecimento evidenciados pela crise energética mundial”, agravada pelo conflito na Ucrânia, aceleram a transição para tecnologias de energia mais limpas”, destacou a AIE, que tem sede em Paris e é uma agência autônoma da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).
Segundo as novas previsões, a demanda por gasolina vai cair a partir de 2023, e o “uso de petróleo com combustível de transporte deve cair depois de 2026”.
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Entre os países da OCDE — grupo de 38 nações, que inclui Estados Unidos, Japão, entre outros —, o cenário pode representar uma redução da demanda de petróleo a partir de 2024.
Recorde de investimento
Mas a tendência será desigual, e nem todos os países adotarão a mesma velocidade. Além disso, a queda será freada pela demanda por produtos petroquímicos, que está no “auge”, e pelo sólido do crescimento do consumo nas economias emergentes.
O crescimento da demanda na China, que é a segunda maior economia mundial, vai “desacelerar de maneira profunda a partir de 2024”.
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“Os mercados globais de petróleo continuam com uma lenta ‘recalibração’ após três anos turbulentos, que foram afetados primeiro pela pandemia de covid-19 e depois pela invasão russa da Ucrânia”, destacou a AIE.
Nos próximos meses, os mercados “podem sofrer uma tensão considerável” como consequência “dos cortes de produção da aliança OPEP+”, liderada por Arábia Saudita e Rússia — que tem o objetivo de elevar os preços —, afirma o estudo, que projeta que a pressão pode “diminuir nos próximos anos”.
Apesar da desaceleração prevista para a demanda, os investimentos mundiais para exploração, extração e produção de petróleo e gás “caminham para atingir os níveis mais elevados desde 2015”, com uma alta anual de 11%, a 528 bilhões de dólares em 2023.
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