O mês de junho contabilizou 2.562 focos de incêndio na Amazônia. É o maior número de queimadas desde 2007, quando o Inpe registrou 3.519 focos.
PUBLICIDADE
A explosão ocorreu apesar do decreto federal, publicado no dia 23, que suspendeu por 120 dias o uso do fogo em todo território nacional para práticas agrícolas. Porém, como aponta o Greenpeace Brasil, o fogo também é utilizado para consolidar a ocupação ilegal de terras.
Os focos de incêndio cresceram 17% na Amazônia no primeiro semestre de 2022, em relação ao mesmo período nos dois últimos anos, de acordo com o boletim.
Em nota técnica publicada na quinta-feira (30), a ONG WWF explica que além da devastação ambiental, há o risco à saúde. “Durante a estação das queimadas na Amazônia brasileira, entre julho e outubro, aproximadamente 120 mil pessoas são hospitalizadas a cada ano devido a problemas de asma, bronquite e pneumonia”, diz o texto.
PUBLICIDADE
Além dos incêndios, a floresta amazônica também sofre com o desmatamento. Dados divulgados no mês passado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), mostram que nos cinco primeiros meses de 2022 a Amazônia Legal registrou recorde de desmatamento, com a perda de 3.360 km² de área verde.
Outro bioma que também sofreu com as queimadas foi o cerrado. Foram detectados 10.869 focos somente no primeiro semestre. Este é o maior número para o período desde 2010.
Focos de incêndio por bioma em 2022 e a comparação com o primeiro semestre de 2021:
PUBLICIDADE
- Amazônia: 7.553 (+17%)
- Caatinga: 826 (-48%)
- Cerrado: 10.869 (+13%)
- Mata Atlântica: 2.533 (-32%)
- Pampa: 392 (-27%)
- Pantanal: 517 (+39%)
Curto curadoria
- Entenda a relação do aumento do desmatamento com as políticas no governo Bolsonaro (Uol Notícias).
- Veja por que o Brasil precisa reduzir o desmatamento e as queimadas (G1)
- Confira como funciona a venda ilegal de terras na Amazônia pelo Facebook (BBC News Brasil).
(Foto de topo: Reprodução/Wikimedia Commons/Amazônia real)