Os termômetros da capital iraquiana ultrapassaram essa temperatura nesta segunda-feira (14) pelo segundo dia consecutivo, um tormento para os humanos e também para os animais.
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Os tigres siberianos, cujo habitat natural é o Extremo Oriente russo, costumam viver em locais frios, “onde as temperaturas podem chegar a 20ºC negativos”, explica Wassim Sarih, veterinário do único zoológico de Bagdá, localizado no centro da cidade.
A capital iraquiana, como o restante deste país do Oriente Médio, sofre uma onda de calor extremo nestas semanas de agosto. De acordo com a ONU, o Iraque, que vive seu quarto ano consecutivo de seca, é um dos cinco países mais expostos às mudanças climáticas no mundo.
O zoológico de Bagdá possui 900 animais, entre eles leões, ursos, macacos e pássaros exóticos. Para diminuir a sensação de calor entre eles, a administração colocou ar-condicionado em frente às jaulas dos leões e lagoas para que os tigres ou ursos tomem banho.
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Essas condições podem ser ótimas para os animais que vivem em habitats quentes, “mas não temos jaulas para os animais acostumados com o frio”, explica Sarih.
“São modelos dos anos 1970”, admite Haider al Zamili, diretor do zoológico, que deve cuidar do bem-estar dos animais com poucos recursos.
Menor expectativa de vida
Como consequência dessas condições, “nossos animais têm uma expectativa de vida menor em comparação com outros zoológicos”, lamenta Sarih.
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Os tigres siberianos do zoológico de Bagdá não vivem mais do que “17 ou 18 anos” devido à exaustão pelo calor, enquanto em outros zoológicos “têm uma expectativa de vida entre 20 e 25 anos”, indica o veterinário.
Sarih pontua que quatro ursos, leões e pássaros morreram no ano passado, metade deles “por causa das mudanças climáticas”.
Karrar Jassem é um dos poucos funcionários presentes no zoológico durante esses dias quentes.
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Ele alimenta os animais e limpa suas jaulas em troca de um modesto salário de 250 mil dinares por mês, pouco mais de US$ 160 (R$ 782, na cotação atual).
Os salários dos empregados são “muito baixos e não correspondem aos perigos que correm, como possíveis lesões ou dores nas articulações”, critica Sarih.
O veterinário conta que alertou a Prefeitura de Bagdá, proprietária do parque, sobre a situação, mas “eles não nos ouvem”.
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Perante a situação precária, Sarih prevê que “em um futuro próximo” o zoológico não terá outra opção senão fechar: “Todos irão sair perdendo”.
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