Veja os destaques do Curto Verde: estudo propõe o uso de créditos atrelados a iniciativas de conservação visando destravar o fluxo de recursos para a proteção da biodiversidade global; a crise energética global deu um "impulso sem precedentes" ao desenvolvimento das energias renováveis; pesquisa aponta que a poluição do ar está ligada à morte de recém-nascidos; e como o desmatamento aumenta o custo das mudanças climáticas para o agronegócio.
Uma análise (🇬🇧), divulgada nesta semana pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento (PNUD) e o Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED), sugeriu uma solução para destravar o fluxo de recursos para a proteção da biodiversidade global – o uso de créditos atrelados a iniciativas de conservação.
Batizados de “biocréditos”, a ideia é que eles sirvam sob a mesma lógica dos famosos créditos de carbono. As empresas poderiam compensar os impactos de suas operações sobre a biodiversidade a partir da compra de créditos decorrentes de projetos de conservação, que comercializariam esses benefícios em troca de mais recursos para financiar sua manutenção e expansão.
“Os biocréditos oferecem uma solução tangível para o desafio de como financiar a conservação e a restauração da natureza”, defendeu Tom Mitchell (*), diretor-executivo do IIED. “Evidências de esquemas de biocréditos já mostram que eles podem ajudar a preservar plantas, animais e ecossistemas preciosos, mas também canalizar significativamente o financiamento para comunidades locais e povos indígenas, que são os guardiões mais eficazes da biodiversidade”.
A proposta deve ser discutida na Conferência de Biodiversidade da ONU, COP15, que começa nesta quarta-feira (7) em Montreal, no Canadá.
A crise energética global deu um “impulso sem precedentes” ao desenvolvimento das energias renováveis, cujo crescimento aumentará nos próximos cinco anos tanto quanto nos últimos 20, anunciou nesta terça-feira (6) a Agência Internacional de Energia (AIE).
Nos próximos cinco anos, o crescimento da capacidade renovável global deve quase dobrar, diz o relatório anual da AIE sobre energias renováveis. Graças a este desenvolvimento acelerado, as energias eólica e solar ultrapassarão o carvão como principal fonte de produção de eletricidade até 2025.
Em termos de tecnologia, as fontes de energia eólica terrestre e solar representam atualmente o meio mais barato de produção de eletricidade na maioria dos países.
A instalação de painéis solares nos telhados de residências e empresas triplicará nos próximos cinco anos.
E a demanda por biocombustíveis crescerá 22%, graças à produção e aos subsídios dos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Indonésia e Índia.
Quase um milhão de mortes anuais de bebês prematuros em todo o mundo podem ser atribuídas à poluição do ar, destacou um estudo divulgado na semana passada na revista Nature Communications (🇬🇧).
A pesquisa, a primeira a analisar dados globais, estimou que quase metade dos natimortos pode estar ligada à exposição a material particulado do tipo PM2.5, produzido principalmente pela queima de combustíveis fósseis.
Para realizar o estudo, os pesquisadores selecionaram 137 países de baixa e média renda que, segundo dados do Departamento de Pesquisas de Saúde (DHS🇬🇧) – uma divisão da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) -, abrigam 98% da incidência mundial de natimortos.
Eles cruzaram esses números de mortalidade com outros dados das Diretrizes de Qualidade do Ar (🇬🇧) da Organização Mundial de Saúde (OMS), detalhando a gravidade da poluição PM2.5 em cada um desses países. Os resultados traçaram uma linha clara entre as emissões de partículas e a incidência de natimortos.
O desmatamento, um dos principais causadores das alterações climáticas locais, aliado às mudanças do clima global, traz impactos significativos ao agronegócio brasileiro.
Entre 1985 e 2012, o desmatamento causou uma redução média de 12% na produtividade do cultivo da soja na Amazônia e 6% no Cerrado, com decréscimo de mais de 20% em algumas regiões dos dois biomas.
Estes são alguns dos destaques da mais recente nota técnica do WWF-Brasil, que compila estudos relevantes sobre o tema. Eles reafirmam a íntima relação do desmatamento, mudanças climáticas e produtividade agrícola. O levantamento aponta que as altas taxas de desmatamento na Amazônia e no Cerrado resultam em queda de produtividade e rentabilidade para o agronegócio brasileiro.
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