Bloco europeu alcança acordo amplo sobre reforma do mercado de carbono

Eurodeputados e Estados-membros da União Europeia (UE) chegaram a um acordo na manhã deste domingo (18) sobre uma ampla reforma do mercado de carbono, peça-chave no plano climático do bloco dos 27. O plano busca acelerar as reduções de emissões e é um salto nas ambições do atual mercado europeu de carbono, eliminando gradativamente os “direitos poluidores” gratuitos atribuídos à indústria.

Publicado por
Isabella Caminoto

A proposta também planeja cobrar pelas emissões ligadas à calefação de edifícios e ao transporte rodoviário, com um teto de preço para evitar a tributação das famílias, de acordo com um comunicado do Parlamento Europeu.

O Esquema de Comércio de Emissões (ETS) permite que produtores de eletricidade e indústrias com alto consumo de energia, como aço e cimento, cubram suas emissões com cotas.

Essas cotas são projetadas para diminuir ao longo do tempo para reduzir as emissões e investir em tecnologias verdes, como parte de um plano para a União Europeia alcançar a neutralidade de carbono.

O acordo alcançado, após mais de 24 horas de intensas negociações, implica que as ETS devem ser reduzidas em 62% até 2030 em relação aos níveis de 2005, o que implica que os setores envolvidos devem reduzir as emissões a esse nível.

O acordo também visa acelerar o cronograma para uma eliminação progressiva do sistema de direitos poluidores, com redução de 48,5% até 2030 e suspensão total até 2034, programa que esteve no centro das discussões entre parlamentares e Estados-membros.

O mercado de carbono será aplicado progressivamente ao setor marítimo, aos voos dentro do bloco europeu e aos locais de incineração de lixo em 2028, dependendo de um relatório favorável da Comissão.

Ponto controverso

O ponto mais polêmico da negociação foi a proposta da comissão de criar um segundo mercado de carbono chamado (ETS2) para calefação de edifícios e combustíveis rodoviários, no qual os fornecedores de combustíveis comprariam licenças para cobrir suas emissões.

Inicialmente, os deputados reagiram com alarme ao impacto social desta medida e pediram que o plano fosse aplicado primeiro a escritórios e caminhões.

Por fim, as famílias também terão de pagar pelo carbono usado para combustível e calefação a partir de 2027, mas este preço será limitado a 45 euros por tonelada até 2030. Se o aumento dos preços da energia continuar, a aplicação será adiada para 2028.

Leia também:

Este post foi modificado pela última vez em 18 de dezembro de 2022 17:31

Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

Posts recentes

ADNOC dos Emirados Árabes Unidos irá implantar IA autônoma no setor de energia; veja

A gigante de energia dos Emirados Árabes Unidos, ADNOC, aplicará inteligência artificial (IA) altamente autônoma…

4 de novembro de 2024

Claude ganha novas capacidades de visão de PDF

A Anthropic acabou de lançar o suporte a PDF para seu modelo Claude 3.5 Sonnet…

4 de novembro de 2024

Google integra controles para casa inteligente no Gemini

O Google está adicionando uma extensão do Google Home ao aplicativo Gemini, permitindo que você…

3 de novembro de 2024

Walt Disney forma unidade de negócios para coordenar o uso de IA e realidade aumentada

A Walt Disney está formando um novo grupo para coordenar o uso da empresa de…

1 de novembro de 2024

HOVER: Modelo de IA compacto domina o controle de humanoides

A Nvidia acaba de publicar uma nova pesquisa apresentando o HOVER, uma pequena rede neural…

1 de novembro de 2024

O ChatGPT agora é um mecanismo de busca com IA

O ChatGPT agora é oficialmente um mecanismo de busca com inteligência artificial (IA). A empresa…

31 de outubro de 2024