A rede varejista francesa Carrefour desmentiu, nesta terça-feira (29), ter obtido indiretamente carne bovina por meio de um pecuarista acusado de praticar desmatamento na Amazônia, após afirmações nesse sentido do veículo investigativo Repórter Brasil.
A empresa, que lidera o mercado de distribuição de alimentos no Brasil, assegurou, por e-mail, que não tinha “nenhum fornecimento de carne bovina do pecuarista incriminado (Bruno Heller), nem de membros de sua família”.
O Repórter Brasil acusou o Frialto, um dos fornecedores do Carrefour no país, de comprar gado das fazendas de Bruno Heller, associado a casos de desmatamento ilegal da Amazônia.
Segundo a veículo, Heller teria “lavado gado”, ao transferir animais provenientes de fazendas acusadas de desmatamento para outras que não tinham tais acusações, algumas em nome de sua filha.
“Após o alerta feito pelo Repórter Brasil, o Carrefour Brasil comprovou em sua base de dados que não havia nenhum fornecimento de carne de boi procedente do pecuarista incriminado, nem de membros da sua família”, insistiu a empresa francesa.
A filial brasileira do Carrefour conta com um “dispositivo de vigilância por satélite em tempo real de mais de 33.000 fazendas no Brasil”, acrescentou o grupo.
O Carrefour já havia sido acusado anteriormente de manter vínculos com fornecedores de carne acusados de praticar desmatamento na Amazônia.
Em setembro de 2022, a ONG ambientalista Mighty Earth publicou um estudo sobre 102 produtos derivados de carne distribuídos pelo Carrefour no Brasil, que, segundo eles, demonstrava que dois terços desses itens vinham dos matadouros da JBS, acusados regularmente de favorecer o desmatamento.
O Carrefour reagiu de imediato, anunciando a suspensão de sua colaboração com dois matadouros da JBS que abasteciam suas filiais no país.
Meses depois, a mesma ONG acusou o Carrefour de ainda ter “vínculos” com os “piores matadouros brasileiros”.
O Carrefour reconheceu à época “um erro nas instruções” para suspender suas colaborações.
A rede prometeu que toda a carne de boi vendida em seus supermercados, sob sua própria marca, será “livre de desmatamento” até 2026.
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