Conheça 5 consequências, não tão óbvias, de um mundo de altas temperaturas

The global August #climate report came out last week:
– August 2023 was the warmest August in the 174-year NOAA record
– The YTD global sfc temp ranked as the 2nd warmest
– There is a 95% probability that 2023 will rank among the 2 warmest years
Read more: https://t.co/Mh6rJYJmtw pic.twitter.com/pukWjL5gFG

— NOAA Climate.gov (@NOAAClimate) September 21, 2023

A agência americana para o clima projeta impactos das ondas de calor sobre setores essenciais para o funcionamento da sociedade, tais como o mercado de trabalho e a vida escolar. Confira cinco tópicos listados pela NOAA que servem como alerta para novas situações que se colocam no futuro próximo.

1 – Pressão nas linhas de transmissão de energia

Episódios de calor extremo colocam uma pressão adicional sobre a infraestrutura elétrica, elevando o risco de falhas. A frequência dos cortes de energia têm aumentado anualmente, expondo as pessoas aos perigos associados à exposição prolongada ao calor.

Embora sejam as pessoas economicamente desfavorecidas, as crianças e os idosos que enfrentam os riscos mais significativos, ninguém está verdadeiramente protegido sem a capacidade de manter a refrigeração em funcionamento.

Um mundo com ar-condicionado é inevitável?

Amplamente difundido nos Estados Unidos, criticado na Europa e cobiçado no sul da Ásia… Diante do aumento das ondas de calor, o ar-condicionado se tonou tema de debate mundial.

2 – Trigo mais ‘fraco’ e problemas de armazenamento de comida

Os efeitos do calor extremo sobre os sistemas de produção de alimentos são altamente complexos. Culturas como o trigo podem sofrer impactos negativos no seu crescimento, o que resulta na diminuição das colheitas e na redução do valor nutritivo dos grãos. Além disso, a temperatura alta diminui ‘drasticamente’ a eficiência de como armazenamos e transportamos os alimentos. Esses fatores, combinados, resultam em aumentos de preços repassados ao consumidor.

Estudo aponta que poucos dias de calor bastam para colocar milhões em insegurança alimentar

Poucos dias de calor extremo podem ser suficientes para colocar milhões de pessoas em insegurança alimentar, privando-as de seus ganhos financeiros diários, advertiu um estudo publicado nesta segunda-feira (21).

3 – Educação prejudicada

Muitas instituições de ensino não possuem sistemas adequados de refrigeração ou ventilação, o que pode expor os estudantes a riscos de saúde relacionados com o calor, bem como a resultados mais baixos em testes.

Até 2050, todas as crianças e adolescentes do mundo estarão expostos a ondas de calor, diz UNICEF

Quase 600 milhões de crianças e adolescentes já estão expostos a ondas de calor frequentes e, até 2050, serão todas as crianças – mais de 2 bilhões. É o que revela o novo relatório do UNICEF sobre o extenso impacto das ondas de calor em meninas e meninos.

4 – Segurança dos trabalhadores

Com o aumento da frequência, duração e intensidade dos eventos de calor extremo, os trabalhadores estão enfrentando um risco crescente de sofrerem lesões relacionadas às altas temperaturas. Além disso, os episódios de calor extremo diminuem a produtividade no trabalho. Um estudo projetou perdas mundiais de US$ 311 bilhões (R$ 1,5 trilhão) por ano nos serviços devido à exposição ao calor.

5 – Crime

Evidências atestam que dias mais quentes estão associados a um aumento na taxa de criminalidade, assim, sob a crise climática, a nova realidade sugere que um mundo mais quente pode ser potencialmente mais violento.

Crise climática está relacionada com o aumento da violência doméstica, diz estudo

À medida que ondas de calor mortais varrem cidades da Índia, China, Estados Unidos e Europa em meio à crise climática, uma nova pesquisa descobriu que a elevação das temperaturas está associada a um aumento substancial da violência doméstica contra as mulheres.

Leia também:

Ondas de calor irão durar mais e serão mais intensas, adverte especialista da ONU

As ondas de calor, como a que atualmente sufoca a Europa e outras regiões do planeta, aumentam sua intensidade e sua duração e em certas regiões poderiam se converter em um fenômeno permanente devido à mudança climática, alertou um especialista da ONU.