Créditos de carbono: investidores podem enfrentar perdas milionárias devido à avaliação de compensações como “inúteis”

Os especuladores de créditos de carbono poderão perder milhões de dólares, uma vez que provas científicas mostram que muitas das compensações que compraram não têm valor ambiental e tornaram-se activos irrecuperáveis. 💸

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Isabella Caminoto

24 de agosto de 2023 16:08

Créditos de carbono: o que são, como funcionam, impasses atuais e +

O programa de créditos de carbono do setor de combustíveis tem sido constantemente contestado, tanto pela disparada das cotações nos últimos meses, quanto pela sua efetividade na persecução dos objetivos ambientais. Você entende essa problemática? O Curto te ajuda.

Em meio as provas crescentes de que um grande número de créditos de carbono não contribuem em nada para mitigar o aquecimento global e podem, por vezes, estar ligados a alegadas preocupações com os direitos humanos, há uma pilha crescente de créditos de carbono equivalentes às emissões anuais do Japão – o quinto maior poluidor do mundo – que são não utilizados no mercado voluntário não regulamentado, de acordo com análise de mercado.

Um novo estudo, publicado na revista Science, descobriu que milhões de créditos de carbono florestais aprovados pela Verra, o principal certificador mundial, são em grande parte inúteis e poderiam piorar o aquecimento global se utilizados para compensação.

Os repetidos escândalos sobre o seu verdadeiro impacto e a repressão dos reguladores às alegações de “neutralidade de carbono” significaram uma queda na procura e nos preços da compensação, com sinais de que alguns comerciantes de créditos de carbono estão anulando investimentos que teriam valido centenas de milhões de dólares no ano passado.

Net Zero: entenda o que significa a expressão

A expressão “Net Zero” refere-se a um objetivo de neutralidade de carbono, em que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) são equilibradas com as remoções desses gases da atmosfera. Isso implica em reduzir drasticamente as emissões e compensar o restante por meio de medidas como o reflorestamento, a captura e armazenamento de carbono, entre outras estratégias. O termo tem sido amplamente utilizado no contexto da mudança climática e da transição para uma economia de baixo carbono.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.