O desmatamento no Cerrado entre janeiro e abril de 2023 foi o maior dos últimos 5 anos, alcançando 2.133 km². O valor é cerca de 14,5% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado (1.886 km2). Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) coletados a partir do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), disponível na plataforma TerraBrasilis.
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Considerando apenas o mês de abril, os alertas de desmatamento no Cerrado são 31% maiores este ano, na comparação com 2022.
O Cerrado perdeu, somente no mês de abril, 708,58 km² de vegetação, área maior do que a capital da Bahia, Salvador (693 km²). O número representa um recorde para o mês na série histórica do INPE que, para o bioma Cerrado, começa em 2019.
Cerca de 80% dos alertas de desmatamento ocorreram em áreas do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — região chamada de Matopiba — que mantém a principal fronteira de expansão agrícola no Brasil e uma das grandes frentes de destruição de biomas do mundo.
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Nas últimas décadas, o Cerrado perdeu mais de 50% de sua cobertura vegetal original. O bioma é o principal responsável pela segurança hídrica do país e por abrigar bacias hidrográficas e importantes reservatórios de abastecimento de água das grandes cidades.
A Bahia foi o estado onde mais ocorreu desmatamento no Cerrado, com 757,65 km² suprimidos, seguido pelo Maranhão (339,2 km²), Tocantins (324,4 km²), Piauí (275,8 km²) e Mato Grosso (133,5 km²). Os outros oito estados inseridos no bioma somaram 302 km² de desmatamento.
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